Encontro na Casa Branca | Com Bolsonaro, Trump fala de Venezuela e diz apoiar Brasil na OCDE
"Nunca estivemos tão próximos", disse Donald Trump ao lado de Jair Bolsonaro (PSL) na Casa Branca no início desta tarde. O presidente dos EUA sinalizou que tratará com o colega brasileiro, a portas fechadas, de assuntos como a crise na Venezuela e a entrada do Brasil no OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
"Vamos discutir a questão da Venezuela, comércio, vários temas, o Brasil é um grande amigo" Donald Trump
Venezuela
Neste terceiro e último dia de visita oficial em Washington, Bolsonaro deverá abordar com Trump ações para lidar com a crise política na Venezuela.
Brasil e Estados Unidos reconhecem como presidente interino Juan Guaidó, opositor de Maduro.
"Sei exatamente o que quero com a Venezuela. Está tudo sobre a mesa e vamos conversar sobre isso", afirmou Trump, que em algumas ocasiões insinuou que poderia partir para uma solução "militar" para a questão.
A diplomacia brasileira rejeita envolver o país em uma possível intervenção militar na Venezuela.
OCDE
Nos dias que antecederam o encontro com Trump, Bolsonaro assinou acordos vistos como benéficos aos EUA: isentou turistas norte-americanos de visto para visitar o Brasil e permitirá o uso da base da Alcântara, no Maranhão, para o lançamento de satélites.
Perguntado pela imprensa brasileira sobre o que os EUA ofereceriam em troca, Trump afirmou que seu governo apoia a entrada do Brasil na OCDE - uma espécie de consórcio de países desenvolvidos e em desenvolvimento.
"OCDE, sem dúvidas, vamos apoiar a entrada do Brasil", disse Trump. Entrar na organização é uma das ambições do governo Bolsonaro quanto às relações internacionais.
Sobre a questão da isenção de visto para os americanos anunciada pelo Brasil sem contrapartida dos EUA, Trump desconversou, afirmando que o governo americano está trabalhando na questão para que tudo seja feito com mais facilidade.
Amigos
19.mar.2019 - Presidente dos EUA Donald Trump troca camisas de futebol com o presidente Jair Bolsonaro Imagem: Brendan Smialowski/AFP
Antes do encontro no Salão Oval, do qual participarão apenas os presidentes e intérprete, Trump e Bolsonaro receberam brevemente a imprensa e demonstraram entrosamento.
"Ele quer uma América grande, e eu quero um Brasil grande. O Brasil estará mais do que nunca engajado com os Estados Unidos", disse Bolsonaro no início da sessão de fotos ao lado de Trump para a imprensa.
Trump presenteou Bolsonaro com uma camisa da seleção norte-americana de futebol estampada com o nome "Bolsonaro". "Ele liderou uma das campanhas mais impressionantes dos últimos tempos", disse Trump sobre o colega brasileiro.
O presidente brasileiro retribuiu com uma camisa verde-amarela estampada "Trump".
"Depois dos últimos presidentes antiamericanos, o Brasil mudou a partir de 2019, Temos muita coisa para conversar, muito a oferecer. Temos muita coisa em comum e isso é motivo de orgulho". Jair Bolsonaro.
Bolsonaro chegou à Casa Branca por volta das 13h (horário de Brasília) de hoje. Ele foi transportado em um carro com bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos e foi recepcionado por Trump, sorridente, na porta da Casa Branca.
Os presidentes darão uma entrevista coletiva aos jornalistas após a reunião, segundo a programação oficial.
Às 12h57, Bolsonaro e uma comitiva de ministros e assessores deixaram a Blair House, residência do complexo da Casa Branca, onde estão hospedados. Um grupo de cerca de 15 brasileiros, com bandeiras do país, esperou pela aparição do presidente brasileiro e dos ministros, dentro os quais o mais esperado era o da Justiça, Sérgio Moro.
Os brasileiros gritaram "mito" e "estamos junto" ao presidente. Este sorriso e acenou em retribuição, mas não falou diretamente com o grupo por questão de segurança. Instantes antes, Eduardo Bolsonaro também desceu a escadaria e acenou para os presentes.
Apoiadores gritam 'mito!' antes de Bolsonaro encontrar Trump'
UOL Notícias
Na visita oficial, Bolsonaro usa uma caminhonete preta blindada e com aparato de segurança especial. Ela conta com duas bandeiras hasteadas: uma do Brasil e outra dos EUA. Toda avenida em frente à Casa Branca foi interditada para o trânsito do presidente e sua comitiva.
Mais cedo, Bolsonaro se encontrou com o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Almagro. Segundo filho e deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), eles discutiram a crise política.
*Com Talita Marchao, em São Paulo