Equador libera internet de Assange, mas limita visitas e cobra cuidado de gato

O governo do Equador ordenou ao fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, não tocar em assuntos que afetem as relações diplomáticas do país se ele quisesse ter internet de volta —a conexão havia sido cortada em março.

Em documento divulgado nesta segunda-feira (15) pelo site equatoriano Código Vidrio, Assange se compromete a não interferir nos assuntos de outros países e de atividades que prejudiquem as relações com outros Estados.

Também limita o número de visitantes dele ao consulado equatoriano em Londres, onde está asilado desde junho de 2012. As solicitações devem ser feitas com antecedência mínima de três dias e caberá ao país andino autorizar.

O número de convidados de Assange será limitado a três por vez e eles terão que registrar todos os equipamentos eletrônicos que entrarem no consulado. A única exceção concedida é para visitas de sua equipe médica.

O texto também regula outros aspectos da vida na embaixada. O australiano será obrigado a pagar todas as suas despesas, manter o banheiro limpo e cuidar de seu gato —o animal pode ser confiscado caso descumpra a norma.

Caso as restrições sejam violadas, o governo equatoriano ameaça tirar seu asilo político. Se isso ocorrer, ele poderia ser preso pelo Reino Unido ao sair do prédio —ele é acusado de violar sua liberdade condicional em 2012.

As autoridades equatorianas não confirmaram a autenticidade do documento. A carta foi publicada por um site que já revelou outras informações sobre Assange e é gerido pelo ex-diretor do jornal El Comercio Arturo Torres.

Segundo o WikiLeaks, Assange voltou a estar conectado nesta segunda. O site, porém, criticou que os equatorianos não tenham permitido a entrada de uma das visitas de seu fundador.

A internet do fundador do WikiLeaks foi cortada em março em retaliação a manifestações políticas. Em dezembro, Assange desrespeitou pedido do presidente Lenín Moreno para não interferir na crise separatista da Catalunha.

Em 2016, o Equador restringiu o acesso à internet a Assange por divulgar documentos que impactaram a campanha eleitoral nos EUA, favorecendo o atual presidente, Donald Trump, contra a ex-secretária de Estado Hillary Clinton.

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