Ernesto Araújo se encontra com chanceler argentino para tratar de viagem de Bolsonaro
Os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, e da Argentina, Jorge Faurie, se encontraram na manhã desta quarta-feira (10) em Buenos AIres para tratar das duas viagens que o presidente Jair Bolsonaro fará ao país vizinho ainda neste semestre.
O encontro aconteceu no Palácio San Martín, a sede da chancelaria argentina.
Apenas uma dessas viagens já tem data marcada: Bolsonaro irá comparecer à Cúpula do Mercosul, que ocorrerá na cidade argentina de Santa Fé na primeira metade de julho.
A ideia é que antes disso o brasileiro faça uma outra viagem para visitar o presidente Mauricio Macri em Buenos Aires. Ainda não há data definida para o encontro.
Depois de se reunir com Faurie e com o próprio Macri, Araújo disse a jornalistas que o saldo da viagem foi positivo e que espera "consolidar esta relação importantíssima para o Brasil e apresentar ideias novas".
Indagado sobre a saída do embaixador Sérgio Amaral do comando da representação diplomática em Washington, Araújo afirmou que ainda não está definido o nome do substituto e que a mudança foi "um pedido dele mesmo por questões de família no Brasil". "Ele fez um trabalho excepcional nos Estados Unidos, na preparação da visita presidencial. O sucesso da visita do presidente Bolsonaro se deve muito a ele."
Sobre a mudança dos titulares em diversas embaixadas —ação que tem o objetivo declarado de melhorar a imagem de Bolsonaro no exterior—, o chanceler afirmou que "não há desgaste dentro do Itamaraty. Isso é uma coisa normal em começo de governo. Houve muito mais mudanças de embaixadores no ano passado, no final do governo anterior, do que agora. Ao longo de 2018 houve umas 70 mudanças de embaixadores. Agora é bem menos."
Acrescentou que o Brasil hoje tem "uma nova colocação no mundo, ao mesmo tempo mantendo parceiros tradicionais" e que "o Brasil voltou a ser referência". "As pessoas querem saber o que o Brasil pensa."
A jornalistas brasileiros, o chanceler argentino disse que não está preocupado com reações contra o presidente Jair Bolsonaro em Buenos Aires devido a frases polêmicas sobre a ditadura militar proferidas pelo brasileiro, como ocorreu durante sua visita ao Chile.
Faurie afirmou ainda que a posição do governo brasileiro, de relativizar ou minimizar a ditadura, não é um tema para a Argentina.
"Já a nossa posição com relação à nossa ditadura é clara e seguimos tendo um compromisso com a Justiça e os direitos humanos. As investigações sobre os crimes da repressão foram e continuarão sendo levadas às últimas instâncias", afirmou o argentino.