Espião chinês é detido e levado aos Estados Unidos para julgamento
Um funcionário da inteligência chinesa foi preso na Bélgica e levado aos Estados Unidos para ser julgado por espionagem, segundo fontes do Departamento de Justiça dos EUA.
O fato mostra a escalada dramática do esforço do governo do presidente Donald Trump para enfrentar a espionagem do país asiático.
A extradição do chinês Yanjun Xu, diretor-adjunto de divisão em um escritório regional do Ministério de Segurança do Estado chinês, marcou a primeira vez em que um funcionário da inteligência chinesa foi levado aos EUA para ser processado. Ele tentou roubar segredos industriais da GE Aviation, da área de aviação, segundo fontes da área de segurança dos EUA.
"A extradição sem precedentes de um funcionário da inteligência chinesa expõe a supervisão direta do governo chinês da espionagem econômica aos EUA", disse William Priestap, diretor-assistente do FBI para contrainteligência.
Autoridades americanas veem a espionagem chinesa como uma de suas principais preocupações. A China há anos vem usando espiões e ciberataques para roubar valiosas informações corporativas, acadêmicas e militares que possa usar para aumentar seu poderio econômico e influência política.
O governo Trump também anunciou na quarta-feira novas restrições a investimentos estrangeiros que têm como objetivo limitar o acesso da China a empresas americanas. Autoridades americanas poderão bloquear mais transações que acredita serem ameaças à segurança nacional, inclusive na área de tecnologia, telecomunicações e outros setores sensíveis.
Xu foi preso na Bélgica em abril depois de ser atraído ao país com promessas de que obteria informações da GE Aviation.
Funcionários do Departamento de Justiça disseram que esperaram até que Xu fosse extraditado para revelar as acusações de espionagem contra ele nos EUA. Sua transferência ao país permitirá que ele seja julgado em Cincinnatti, onde ele teve sua primeira audiência nesta quarta.
O Departamento de Justiça está investigando outros casos de roubo de segredos industriais, segundo John C. Demers, chefe da divisão de Segurança Nacional.
"Esse caso não é um incidente isolado", disse Demers. "É parte de uma política econômica de desenvolver a China às custas dos EUA. Não podemos tolerar que uma nação roube nossa munição e os frutos da nossa inteligência."
Em discurso na semana passada, o vice-presidente Mike Pence disse que a estratégia de desenvolvimento da China era uma ameaça à segurança nacional dos EUA, o que levou autoridades chinesas a responder com declarações também duras.