Está em estado crítico | Ex-presidente do Peru tenta suicídio antes de ser preso por caso Odebrecht
O ex-presidente do Peru Alan García atirou contra a própria cabeça depois de receber ordem de prisão da polícia nesta manhã e está internado em estado grave.
Ele foi alvo de um pedido de prisão temporária, por dez dias. O ex-presidente é investigado por supostamente ter recebido propina da construtora Odebrecht, de acordo com o site do jornal peruano El Comercio.
García foi levado imediatamente ao hospital Casimiro Ulloa. Fontes médicas consultadas pela Agência Efe indicaram que o boletim divulgado após a internação cita traumatismo no lado direito da cabeça por ferimento causado por arma de fogo.
A ministra da Saúde peruana, Zulema Tomás, informou que o estado de saúde dele é delicado e de prognóstico reservado. Segundo ela, o político teve três paradas cardíacas.
"Vamos rezar a Deus para dar-lhe força", disse Erasmo Reyna, advogado de García, em comentários televisionados.
Ainda de acordo com o jornal El Comercio, a polícia chegou à casa dele, em Lima, às 6h25 (horário local). Ao ser avisado da prisão, García pediu falar com seus advogados. Em seguida, os policiais ouviram o disparo, o encontraram ferido e o levaram para o hospital.
García foi presidente da nação entre 1985 e 1990 e novamente de 2006 a 2011. Ele está sendo investigado por ligação com a Odebrecht, que desencadeou o maior escândalo da América Latina após admitir publicamente em 2016 que ganhou contratos lucrativos na região devido a subornos a políticos e autoridades públicas.
No ano passado, García, que nega irregularidades, tentou deixar o Peru e solicitou asilo no Uruguai, mas teve o pedido negado.
Além de García, segundo a agência Efe, também foi ordenada a detenção de Luis Nava, secretário da Presidência durante o governo do líder do Partido Aprista, e Miguel Atala, ambos colaboradores próximos do ex-presidente e apontados como seus testas-de-ferro.
A situação legal de García se complicou depois que no domingo foi divulgado que a construtora Odebrecht, em acordo de delação premiada com a Justiça peruana, revelou que o ex-secretário da Presidência e seu filho José Antonio Nava receberam US$ 4 milhões da empresa para a concessão do contrato de construção da Linha 1 do Metrô de Lima.
"Como nenhum documento me menciona e nenhum indício nem evidência me inclui, resta a eles a especulação ou inventar intermediários. Jamais me vendi e está provado.", publicou García no Twitter na manhã de ontem. (Com agências internacionais).
Como en ningún documento se me menciona y ningún indicio ni evidencia me alcanza sólo les queda la ESPECULACIÓN o inventar intermediarios. Jamás me vendí y está probado.
- Alan García (@AlanGarciaPeru) April 16, 2019