EUA dizem que Trump ficará de 'olhos abertos' em reunião a sós com Putin
O presidente americano, Donald Trump, parte para o encontro com o líder russo, Vladimir Putin, no próximo dia 16, na Finlândia, com a melhor disposição de refundar uma relação bilateral com Moscou, mas de olhos bem abertos.
O recado foi dado nesta quinta-feira (5) pelos embaixadores americanos Kay Bailey Hutchison, na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), e Jon Huntsman, na Rússia.
Ambos concederam coletiva para detalhar o roteiro de viagem do americano na cúpula da Otan, que ocorre nos próximos dias 11 e 12 em Bruxelas, Bélgica, antes do encontro com Putin. Também falaram sobre as visitas de Trump ao Reino Unido e à Finlândia.
O presidente americano e Putin se encontrarão sozinhos antes de realizarem reuniões bilaterais com o restante de suas equipes.
A expectativa é que ambos abordem temas espinhosos, como a investigação de manipulação russa das eleições americanas em 2016, a guerra na Síria e a disputa entre Rússia e Ucrânia, entre outros assuntos.
“O que importa é o diálogo, é começar a discussão. Essa é a primeira oportunidade de sentar e iniciar um diálogo”, afirmou Huntsman.
Ele citou as iniciativas tomadas pelo ex-presidente americano Ronald Reagan e pela ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher com o então líder russo Mikhail Gorbatchov.
“Nós estamos entrando com os olhos abertos”, afirmou o embaixador, antes de complementar que “a paz sempre vale o esforço.”
Trump vai tratar dos interesses americanos e vai tentar saber “o quanto a Rússia realmente quer progredir com a relação bilateral”, afirmou.
“Uma boa relação seria de interesse da Rússia e dos EUA”, disse Huntsman, que acrescentou que “a bola está com a Rússia.”
O embaixador americano na Rússia acredita que a reunião ajudará a diminuir as tensões entre os dois países. “O presidente espera que o encontro vá ajudar a reduzir as tensões e alcance um acordo construtivo que melhore a paz e a segurança em nosso mundo.”
“Você não consegue resolver os problemas se não falar deles”, afirmou.
A Rússia é acusada de interferência nas eleições americanas em 2016 para favorecer a vitória do republicano.
A aproximação entre Trump e Putin fez ainda com que o americano defendesse a reintegração russa ao G7, grupo dos países mais desenvolvidos. A Rússia foi afastada em 2014 após a anexação da Crimeia, que pertencia à Ucrânia.
Na cúpula da Otan, os Estados Unidos pretendem pressionar os aliados para que invistam 2% de seu PIB (Produto Interno Bruto) em defesa e segurança, conforme compromisso firmado em 2014.
O país critica o “guarda-chuva” de segurança oferecido pela Alemanha na Europa e que faz com que outros aliados gastem menos em defesa nacional.