EUA enviam investigadores para apurar desaparecimento de jornalista saudita
Os EUA enviaram investigadores para ajudarem a Turquia a apurar o desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi, afirmou o presidente Donald Trump nesta quinta-feira (11).
"Estamos sendo muito duros. Mandamos investigadores para lá e estamos trabalhando com a Turquia, e francamente, estamos trabalhando com a Arábia Saudita. Queremos descobrir o que aconteceu", afirmou à Fox News.
Questionado sobre uma reportagem do Washington Post segundo a qual a inteligência americana interceptou comunicações indicando um plano orquestrado pelo príncipe saudita Mohammed bin Salman para deter o jornalista, Trump disse: "Isso seria muito triste, e saberemos em um futuro muito próximo".
Em declarações ao jornal Hurriyet, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que a Turquia não pode silenciar sobre o caso.
Khashoggi desapareceu no último dia 2 de outubro após comparecer ao consulado da Arábia Saudita em Istambul para coletar documentos. Autoridades turcas pensam que ele foi morto dentro do edifício.
"Estamos investigando todos os aspectos do evento. Não é possível para nós ficar em silêncio sobre essa ocorrência, porque não é uma ocorrência comum", afirmou.
"Como é possível que não havia circuito de segurança no consulado?", questionou. Autoridades sauditas afirmam não ter imagens de Khashoggi deixando o edifício.
Segundo o Post, a operação envolvia enviar duas equipes com 15 homens, em dois voos privados, para Istambul, com o objetivo de atrair e deter o jornalista —uma espécie de "rendition", ou seja, quando um alvo é capturado em um país e levado ilegalmente para outro para interrogatório.
Para a Turquia, qualquer que tenha sido o objetivo da operação, Khashoggi foi morto dentro do consulado. Imagens de câmeras de segurança mostram o jornalista entrando no prédio, mas não saindo.
O Post questiona ainda sobre se os EUA souberam de antemão sobre a operação, mas não alertaram o jornalista. Segundo uma diretiva de 2015, agências de inteligência têm o "dever de alerta" pessoas que corram risco de sequestro, ferimentos graves ou morte.