EUA falam em aliança militar e econômica com Brasil e Colômbia

O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, afirmou nesta quinta-feira (1º) que os EUA têm interesse em fazer alianças com os governos do Brasil e da Colômbia para aumentar a segurança e melhorar a economia na América Latina.

O presidente Iván Duque e o presidente eleito Jair Bolsonaro foram citados como "líderes que pensam como nós" por Bolton, durante discurso em Miami.

Segundo Bolton, a eleição de Bolsonaro demonstra "um crescente compromisso regional em torno dos princípios de livre comércio e de governança aberta e transparente". 

Nos últimos dias, o governo colombiano sinalizou uma aproximação com o Brasil de Bolsonaro em torno de um aumento da pressão sobre o regime de Nicolás Maduro.

Bolton anunciou ainda uma série de medidas contra os regimes de Venezuela, Cuba e Nicarágua, a quem chamou de "troica da tirania".

"Sob a liderança do presidente Trump, os EUA tomarão ações diretas contra esses três regimes para defender o estado de direito, a liberdade e a mínima decência humana em nossa região", disse Bolton, em Miami, lar de muitos migrantes de origem cubana e venezuelana.

Segundo Bolton, Trump assinou uma ordem executiva (espécie de medida provisória) para impedir americanos de fazerem negócios com entidades ou pessoas envolvidas com a "corrupta" venda de ouro da Venezuela. 

"Muitos de vocês no público hoje sofreram pessoalmente horrores indizíveis nas mãos os regimes de Cuba, da Venezuela e da Nicarágua, apenas para sobreviver, lutar de volta, conquistar e superar", disse. 

"A troica da tirania neste hemisfério —Cuba, Venezuela e Nicarágua— finalmente foi superada", acrescentou.

"Esses tiranos se acham fortes e revolucionários, ícones e luminares", disse. "Na realidade figuras patéticas e lamentáveis mais para Larry, Curly e Moe [os Três Patetas]."

Bolton falou na Freedom Tower, edifício onde refugiados cubanos foram recebidos nos anos 1960 após a Revolução Cubana, um dia depois de Trump fazer campanha na Flórida pelos candidatos republicanos ao Senado e ao governo. 

A Flórida é tradicionalmente um estado-pêndulo, e um comício do ex-presidente Barack Obama estava previsto para a sexta-feira (2). 

Bolton afirmou que o Departamento de Estado vai acrescentar "dentro de dias" mais de uma dúzia de entidades à lista de organizações cubanas associadas com os serviços militares e de inteligência do país. Empresas e indivíduos americanos estão impedidos de fazer negócio com as entidades listadas.

Segundo Bolton, o regime cubano está ajudando o governo de Maduro. Quase dois milhões de venezuelanos deixaram o país desde 2015, em meio a uma crise econômica e humanitária. 

Maduro afirma ser vítima de uma "guerra econômica" liderada pelos EUA. 

"O regime Maduro tem usado este setor [ouro] como um bastião para financiar suas atividades ilícitas, encher seus cofres e apoiar grupos criminosos", afirmou.

Bolton também citou criticou o líder da Nicarágua, Daniel Ortega, por sua repressão aos opositores políticos, dizendo que seu governo "vai sentir o peso total do robusto regime de sanções da América".

Os EUA esperam "para ver como cada vértice do triângulo vai cair: Em Havana, Caracas e Manágua", disse Bolton.

O conselheiro ressaltou que, quando esse dia chegar, as pessoas da região "podem ​​ter certeza de que a América estará com elas contra as forças da opressão, totalitarismo e dominação".

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