EUA pedem que russa seja mantida em prisão enquanto espera julgamento

 Uma mulher de 20 anos acusada de ser uma agente secreta russa esteve "provavelmente" em contato com operativos da agência russa de espionagem enquanto viveu nos EUA, afirmaram procuradores nesta quarta-feira (18). 

Maria Butina tinha contatos com pessoas que, segundo os procuradores, eram funcionários dos Serviços de Segurança da Rússia (FSB, sucessora da KGB). O FBI afirmou ainda que ela manteve um jantar privado com um diplomata russo suspeito de ser um agente de inteligência nos EUA, em março.

As alegações foram apresentadas em documentos tornados públicos antes de um audiência em que um juiz federal decidirá se Butina permanecerá presa enquanto espera julgamento sob acusações de conspiração e de agir como um agente não registrado da Rússia. 

Citando suas ligações de inteligência, o governo americano argumenta que Butina representa um "extremo" risco de fuga dos EUA, onde ela vive com um visto de estudante. Procuradores dizem que o status legal de Butina nos EUA é "baseado no fingimento".

Eles afirmam que imagens de câmeras de segurança da semana passada mostram que Butina estava planejando deixar o país. Seu contrato de aluguel termina neste mês, e suas bagagens estavam feitas quando ela foi presa no fim de semana.

Suas ligações pessoas, "com exceção dos americanos que ela tentou explorar e influenciar", são com a Rússia, afirma o documento. 

"A preocupação de que Butina representa um risco de fuga é aumentada por sua conexão com operativos de inteligência russos", escreveram os procuradores. 

O Ministério do Exterior russo disse que não há base para sua denteção e que a embaixada em Washington pediu uma reunião com Butina. 

Seu advogado, Robert Driscoll, disse que ela não é um agente russo nem corre risco de fuga. 

Os documentos disseram ainda que Butina viveu com um cidadão americano de 56 anos identificado como "Pessoa Americana 1" e teve um relacionamento com ele.

Essa pessoa a ajudou a terminar seu curso na Universidade Americana e era vista por Butina como "simplesmente um aspecto necessário de suas atividades". 

Em documentos apreendidos pelo FBI, Butina "reclamou de morar com a Pessoa Americana 1".

Procuradores creem que essa pessoa seja o ativista político conservador Paul Erickson, com quem Butina criou uma empresa em 2016 chamada Bridges LLC. 

Os procuradores afirmaram também que Butina era considerada com um agente secreto por uma autoridade russa com quem ela mantinha contato, com mensagens de texto descobertas pelo FBI indicando que a autoridade a comparava a Anna Chapman, russa que foi presa em 2010 e depois deportada como parte de uma troca de prisioneiros. 

Em março do ano passado, a autoridade escreveu: "Seus admiradores já estão pedindo seu autógrafo? Você ultrapassou Anna Chapman. Ela posa com pistolas de mentira, enquanto você  aparace com armas de verdade". 

Butina e a autoridade trocavam mensagens diretas no Twitter, segundo os procuradores. Em uma dessas mensagens, um mês antes das eleições americanas, Butina disse que "tudo tem de ser quieto e cuidadoso".

Em janeiro de 2017, ela enviou uma foto dela próximo ao Capitólio, no dia da posse de Donald Trump. A autoridade respondeu: "Você é ousada!". Butina então disse: "Bons professores!". 

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