Ex-presidente peruano Kuczynski é hospitalizado devido a problema cardíaco
O ex-presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski, 80, que está cumprindo prisão preventiva, foi hospitalizado nesta quarta-feira (17) em uma clínica local após uma crise de pressão arterial, informou o congressista Gilbert Violeta.
"O ex-presidente Kuczynski foi transferido para a clínica anglo-americana em um quadro de pressão alta", disse Violeta. PPK, como é conhecido, está na unidade de terapia intensiva do hospital e terá de passar por um cateterismo.
O ex-presidente (2016-2018) se encontrava detido na prefeitura de Lima, no âmbito de uma investigação pelo suposto crime de lavagem de dinheiro no escândalo de corrupção da empreiteira Odebrecht.
A promotoria alega que Kuczynski favoreceu a empresa brasileira quando foi ministro da Economia durante o governo de Alejandro Toledo (2001-2006).
O Peru é um dos países mais afetados pelos casos de corrupção da Odebrecht, que admitiu ter pago US$ 29 milhões em subornos ao longo de três governos peruanos.
Além de Toledo, que fugiu para os Estados Unidos e enfrenta pedido de extradição, também está sendo investigado o ex-presidente Ollanta Humala (2011-2016), preso por um ano e que agora responde ao processo em liberdade condicional.
Nesta quarta-feira (17), o também ex-presidente peruano Alan García (1985-1990 e 2006-2011) morreu após ter dado um tiro na cabeça quando soube que a Justiça havia pedido sua prisão preliminar.
A polícia chegou à casa dele, no bairro de Miraflores, em Lima, às 6h25. Ele então teria subido até seu quarto, dizendo que iria telefonar para seus advogados. Em seguida, os guardas ouviram o disparo, encontraram-no ferido e o levaram para o hospital.
O peruano era investigado por dois casos relacionados à Odebrecht. O primeiro está ligado aos aportes de campanha ilegais realizados pela empreiteira brasileira nas eleições presidenciais de 2006, que García venceu. Para isso, a empresa teria pago US$ 200 mil.
O segundo envolve a licitação das obras da linha 1 do metrô de Lima. Em 19 de fevereiro de 2009, García convocou uma reunião ministerial de emergência, no mesmo dia em que havia se encontrado com um operador da Odebrecht, Jorge Barata.
Alguns meses depois, o então presidente emitiu um decreto concedendo a licitação da obra da linha 1 do metrô de Lima a um consórcio do qual a Odebrecht fazia parte.
Já PPK, que renunciou em março de 2018 após as denúncias de corrupção, foi preso na semana passada, em 10 de abril, de forma temporária. Ele já havia pedido nos últimos dias para ser transferido para uma clínica devido à hipertensão.