Ex-vice-presidente Joe Biden anuncia que disputará Casa Branca em 2020
O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Joe Biden anunciou nesta quinta-feira sua pré-candidatura para a Casa Branca, unindo-se à grande lista de aspirantes do Partido Democrata para as eleições presidenciais de 2020.
"Os valores fundamentais deste país, nossa posição no mundo, tudo está em jogo. É por isso que hoje estou anunciando minha candidatura para presidente dos Estados Unidos", escreveu Biden em uma rede social.
Mesmo antes do anúncio oficial, Biden já liderava as pesquisas para as primárias do Partido Democrata.
De acordo com levantamento do RealClearPolitics, Biden é o favorito para obter a indicação do partido com 29,3%, seguido por Bernie Sanders, senador que foi pré-candidato à presidência em 2016, que tem 23% de apoio.
A lista de postulantes democratas já conta com 20 nomes dispostos a enfrentar o presidente Donald Trump, provável candidato republicano nas eleições de novembro de 2020.
Críticos dizem que sua posição nas pesquisas se deve principalmente ao reconhecimento do nome do ex-senador do Delaware, cujas mais de quatro décadas no serviço público incluem oito anos como vice de Barack Obama na Casa Branca.
Em rede social, Trump fez ironia. "Bem-vindo à corrida, Sleepy Joe (Joe dorminhoco). Só espero que você tenha inteligência, algo sob dúvida, para fazer uma campanha primária de sucesso. Será algo desagradável - você irá lidar com pessoas que possuem algumas ideias doentes e dementes. Mas se você conseguir, te vejo na largada".
Biden, 76, tem sido um dos críticos mais agressivos contra Trump. No ano passado, ele disse que "acabaria com a raça" do republicano se os dois estivessem na escola devido à maneira como o presidente falou das mulheres, lamentando a frase mais tarde.
O ex-senador tem como pontos fortes seu carisma e a capacidade de dialogar com trabalhadores das indústrias, especialmente do meio-oeste do país, onde Trump teve muitos votos em 2016.
A candidatura dele enfrentará várias questões, incluindo a de que seria muito velho e muito centrista em um Partido Democrata que busca novos rostos, no qual alas mais à esquerda têm ganhado destaque.
Biden também foi questionado por seu hábito de tocar e beijar estranhos em eventos de campanha, nos quais diversas mulheres disseram se sentir desconfortáveis com seus gestos.
Ele costumava fazer graça de seu comportamento, mas recentemente pediu desculpas e prometeu se adequar.
Em sua longa carreira no Senado, Biden ficou marcado por um episódio de 1991, no qual, como chefe da Comissão de Justiça, tratou de forma agressiva a Anita Hill, que acusava Justice Thomas, indicado à Suprema Corte, de assédio sexual.
Em discurso em março de 2019, Biden disse ter se arrependido da forma como agiu. Ele também disse ter mudado de opinião sobre posições que defendeu no passado, como o endurecimento de leis que levaram ao aumento do encarceramento no país.