Exportações da China em setembro crescem acima do esperado; superávit com EUA é recorde
As exportações da China tiveram o crescimento mais forte do que o esperado em setembro, produzindo um superávit comercial recorde com os Estados Unidos, que pode exacerbar a já tensa disputa entre Pequim e Washington.
Analistas disseram que o desempenho dos embarques no mês passado –que pode indicar que tarifas americanas ainda não estão causando muitas dores– é improvável de ser sustentado.
Mas os números robustos relatados nesta sexta-feira (12) pela agência aduaneira da China –os últimos da China antes das eleições parlamentares americanas de 6 de novembro– podem gerar uma reação do presidente dos EUA, Donald Trump.
As exportações em setembro cresceram 14,5% em relação ao ano anterior, no ritmo mais rápido desde fevereiro, segundo dados da agência. Isso foi bem acima dos 9,8% de agosto e de uma previsão de pesquisa da Reuters de 8,9%.
As importações chinesas cresceram 14,3% em setembro, abaixo da alta de 19,9% em agosto e ligeiramente inferior às expectativas de aumento de 15%.
O superávit somou US$ 31,69 bilhões (R$ 118,5 bilhões) em setembro, contra US$ 27,89 bilhões (R$ 104,3 bilhões) em agosto e previsão de saldo positivo de US$ 19,4 bilhões (R$ 72,5 bilhões).
"A grande imagem é que exportações chinesas até agora se mantiveram bem, perante as crescentes tensões comerciais e o resfriamento do crescimento global, provavelmente graças ao impulso de competitividade fornecido por um iene mais fraco", disse Julian Evans-Pritchard, economista sênior para a China da Capital Economics.
"Com a chance de o crescimento global esfriar mais nos próximos trimestres e tarifas dos EUA prontas para se tornarem mais duras, a resiliência recente em exportações é improvável de ser sustentada".
O superávit com os EUA somou US$ 34,13 bilhões (R$ 127,6 bilhões) em setembro, superando os US$ 31,05 bilhões (R$ 116 bilhões) em agosto.