Festa no Sambódromo do Anhembi | Filosofia dá samba?
Após conquistar o quarto lugar no ano passado, sua melhor classificação na história do Carnaval de São Paulo, a Tom Maior encerrou o primeira dia do Carnaval de São Paulo com o samba-enredo "Penso, logo existo. As interrogações do nosso imaginário, na busca do inimaginável".
O grupo foi criativo para desenvolver as alegorias e deu destaque até para uma interpretação do nascimento do homem -- Adão saindo de um ovo. Outro destaque foi a rainha de bateria Pâmella Gomes, bailarina do "Domingão do Faustão", que surgiu na avenida com uma fantasia de pavoa, com direito a cauda gigante.
Bailarina do Faustão
Chamando a atenção na avenida, a rainha de bateria desfilou com uma fantasia maravilhosa de "pavoa". Pâmella usou alças de silicone para movimentar a cauda. Quando ela abaixava, a peça virava uma longa saia. Quando ela levantava, as penas ultrapassam a cabeça e deixam à mostra o bumbum da musa. O figurino demorou tanto para ficar pronto que a modelo terminou de se arrumar às vésperas de sair no Anhembi.
Ser ou não ser?
Filosofia e samba combina? Com certeza. Composta por de Carlos Jr, Didi Pinheiro, Paulinho Miranda, Beah, Biel, Marcos Vinicius, Lucas Donato, Fabiano Sorriso e Carlos Dórea, o enredo da Tom Maior versa sobre questões filosóficas como nosso espaço no mundo e a crença nas religiões. A comissão de frente foi uma representação de Adão nascendo de um ovo. Na sequência, Adão encontra um homem das cavernas e alguns seres mitológicos.
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Trabalhando com as cores
Com o tema filosófico, a organização conseguiu explorar a criatividade, que ficou clara no fantástico carro em que inúmeros animais se amontavam um em cima do outro. Com detalhes minimalistas, a construção transbordou o branco, mas cada animal foi representado de uma cor, o que deu um toque onírico para o projeto. Outras alegorias da escola seguiram o mesmo tom, sempre com cores vibrantes e construções complicadas.
CONFIRA A LETRA DO SAMBA:
Penso. Logo existo. As interrogações do nosso imaginário na busca do inimaginável
É coisa de pele, além da razão
É impossível viver sem meu Pavilhão
O meu coração disparou
Em Tom Maior, meu grande amor
De onde vim? Pra onde vou? Eis o mistério a resolver
O amanhã, não sei, o que será Quem irá me responder?
Sempre em transformação É a Teoria da Evolução
Do fruto proibido, o paraíso perdido
Seguindo com fé, é Deus quem me guia Na crença ou na mitologia
Vai resplandecer a luz que existe em você Destino traçado na palma da mão
Nas cartas do tarot, mais uma previsão O brilho da lua a noite revela
Tem sorte quem nasce virado pra ela Se querer é poder, eu vou criar
Buscar na ciência, superar Uma alquimia! E quem diria
No azul do céu voar Se tudo é relativo no meu Carnaval
O sonho hoje é muito mais real Será que nesse mundo estou sozinho?
Depois do fim, qual o caminho? Segredos da imaginação
Mas se um dia alguém vier me perguntar
Vermelho e amarelo é o meu DNA
Eu quero ver quem vai duvidar!