Fifa criará força-tarefa e adia decisão sobre Mundial de clubes expandido
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, terá de esperar para ver sua ideia de um Mundial de Clubes expandido se tornar realidade. Nesta sexta-feira (26), em reunião do conselho da entidade em Kigali, Ruanda, a Fifa decidiu que montará uma força-tarefa responsável por discutir e apresentar um projeto na próxima reunião do órgão, em março de 2019.
Essa força-tarefa será composta por Infantino e os presidentes das seis confederações continentais.
A Uefa, entidade que controla o futebol europeu, mostrou desde o início forte resistência ao plano do presidente da Fifa, que inclui também um novo torneio de seleções. Para o formato do Mundial de Clubes, Infantino propôs o aumento no número de clubes europeus.
Infantino vem insistindo desde o primeiro semestre no projeto, que conta com o interesse de investidores dispostos a colocar US$ 25 bilhões (R$ 92,5 bilhões) para reformular o Mundial e criar uma espécie de Liga Mundial de seleções.
O grupo de investidores é liderado pelo conglomerado japonês Softbank. A proposta tem o apoio de investidores asiáticos, dos Estados Unidos e do Golfo Pérsico, entre os quais dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita.
Em documento enviado aos membros do conselho, a Fifa negou que o investimento incluiria dinheiro de fundos estatais da Arábia Saudita. As autoridades esportivas sauditas se recusaram a informar se faziam parte da oferta à Fifa, e o SoftBank não comentou.
Nas últimas semanas, a Fifa também vem declarando, em foro privado, que os elos entre o fundo do SoftBank e a Arábia Saudita não são tão fortes quando a mídia reporta. Esse esforço cresceu desde que emergiram detalhes sangrentos sobre a morte do jornalista dissidente Jamal Khashoggi, assassinado no consulado saudita em Istambul este mês.
A reunião do conselho da Fifa nesta sexta, em Kigali, também resultou em algumas decisões importantes por parte da entidade. Entre elas, a definição do montante que será repartido na Copa do Mundo feminina do ano que vem, na França.
Serão repassados às seleções participantes US$ 50 milhões (cerca de R$ 184 milhões), mais do que o triplo em comparação com a última edição do torneio, que dividiu US$ 15 milhões entre as equipes.
Também foi aprovado um pedido da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) para que a Copa América aconteça em anos pares. Dessa forma, o torneio, que será disputado no ano que vem, ganhará uma nova edição em 2020. A partir daí, a competição será disputada de quatro em quatro anos, em sincronia com a Eurocopa.
A Fifa também se colocou contra a realização de jogos do Campeonato Espanhol nos Estados Unidos, parte de um acordo entra a liga de futebol do país e uma multinacional de eventos. Segundo a entidade, "partidas de liga devem ser disputadas no território da respectiva associação".