Flamengo renova com ginastas e projeta 'meta ousada' no esporte olímpico
O Flamengo anunciará nesta sexta-feira (22) a renovação dos contratos de suas quatro principais ginastas: Jade Barbosa, 27, Flavia Saraiva, 19, Rebeca Andrade, 19, e Lorrane dos Santos, 20.
Pela primeira vez desde 2014, os contratos das atletas serão renovados por dois anos. O principal objetivo nesse período é a preparação para a Olimpíada de Tóquio-2020.
Hoje o clube concentra a base da seleção brasileira feminina, que em 2019 tem um ano decisivo para mostrar que poderá chegar forte na disputa por medalhas no Japão. O Mundial da modalidade está marcado para outubro, na Alemanha.
O Flamengo tem tradição na ginástica artística, mas teve que praticamente recomeçar a sua trajetória em 2015, três anos após um incêndio destruir o ginásio utilizado pela modalidade.
Depois da Olimpíada de 2016, o clube voltou a viver um período de alta no esporte, impulsionado pelo sucesso da competição no Rio. A escola de ginástica passou de 200 para 500 alunos.
Para Marcelo Vido, diretor de esportes olímpicos do Flamengo, a renovação de contrato das ginastas é mais um passo visando ao fortalecimento da atuação nessa área.
No começo do mês, o clube anunciou a contratação de Isaquias Queiroz, que conquistou três medalhas na canoagem em 2016. Com isso, além de atrair um dos principais atletas olímpicos do país, o objetivo foi fortalecer o setor de esportes náuticos, que também inclui o remo.
No ano passado, a contratada de maior destaque foi a judoca Sarah Menezes, medalhista de ouro em Londres-2012 e que atualmente está em processo de transição para uma nova categoria.
“A gente tem metas ousadas e quer, até 2022, ser o maior clube olímpico do Brasil. Ser reconhecido como hoje são Minas Tênis Clube e Pinheiros. Atualmente a gente está entre os cinco, mas quer disputar no topo, e para isso precisamos fazer um trabalho de médio a longo prazo”, diz Vido.
Segundo o diretor, que também trabalhou no Minas, o investimento do Flamengo no esporte olímpico gira em torno de R$ 30 milhões por ano.
Entre as fontes de receita estão verbas obtidas com a escola esportiva Sempre Flamengo, Comitê Brasileiro de Clubes, Lei de Incentivo ao Esporte, patrocinadores diretos, entre outros.
“Temos 90% dos recursos oriundos do nosso próprio projeto. Quanto menos depender do futebol, melhor para a gente, mas é um desafio muito grande”, afirma.
Outra meta citada por Vido é trabalhar na retenção de atletas. Ele citou o exemplo de dois nadadores jovens de destaque, Luiz Altamir e Breno Correia, que foram formados no Flamengo e acabaram migrando para outros clubes.
“Nada contra um atleta sair de um time para o outro, mas se a gente forma tem que reter", afirma.