Folha passa a designar Nicarágua como ditadura
A Folha passa, nesta terça-feira (7), a designar o regime de Daniel Ortega na Nicarágua como ditadura, conforme definição do Manual de Redação.
A recente escalada autoritária no país centro-americano, com deterioração das instituições e aumento da violência por parte do Estado, culmina no cenário descrito pelo verbete “ditadura” do Manual:
“Dominação de uma sociedade por meio de um governo autoritário exercido por uma pessoa ou um grupo, com repressão e supressão ou restrição de liberdades individuais.”
Essa supressão está documentada em relatório publicado em 2 de agosto pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, segundo o qual a atual onda de violência no país, em resposta a protestos antigoverno com larga representatividade, deixou pelo menos 317 mortos entre 18 de abril e 30 de julho, inclusive civis e menores de idade.
O saldo é quase o dobro dos 163 mortos na Venezuela, um país com o quíntuplo dos habitantes, na onda repressora de igual duração em 2017.
Da mesma forma, a Folha adotará o termo “ditador” para Daniel Ortega.
Nos últimos 11 anos, o ex-líder sandinista se consolidou no poder por meio de alterações na Constituição, da cassação de candidaturas, da expulsão de políticos de oposição do Congresso e de uma eleição questionada que lhe deu, em 2016, o terceiro mandato tendo sua mulher, Rosario Murillo, como vice.