Gigante belga largou o atletismo e virou arma aérea para rival do Brasil
No gramado frio e molhado do centro de treinamento de Dadovsk, nas cercanias de Moscou, Marouane Fellaini, 30, é um dos primeiros a aparecer para o treino da Bélgica e fazer jus à frase do técnico José Mourinho, seu comandante no Manchester United (ING) “Ele é um personagem forte. Um lutador”.
Além do futebol, o meio-campista tem um outro esporte preferido, o atletismo. Quando criança, em Bruxelas, disputava provas de 10 mil metros.
O atletismo não durou muito. Aos 8 anos, por influência do pai, Abdellatif Fellaini, o garoto passou a treinar. Abdellatif foi goleiro do Raja Casablanca, de Marrocos, de onde migrou para a Europa.
Fellaini, o filho, virou adulto, se profissionalizou no Standard Liège e, em 2008, chegou ao futebol inglês para atuar no Everton. Depois, em 2013, foi para o Manchester United, onde está até hoje.
Pai e filho mantêm forte relação. O meio-campista, que tem um irmão gêmeo, sempre fala da influência de seus pais, que são da cidade marroquina de Tanger.
Com 1,94 metro de altura, a bola aérea é uma de suas marcas registradas. Foi assim, por exemplo, em recente clássico do campeonato inglês.
“Nós usamos o Marouane para nos dar mais presença dentro da área. Sabia que criaríamos mais problemas assim”, disse Mourinho após a vitória por 2 a 1 sobre Arsenal, em maio. Naquele dia, o belga fez de cabeça o gol da vitória aos 46 minutos do segundo tempo.
Foi assim também diante dos japoneses, pelas oitavas de final da Copa, quando entrou no segundo tempo e marcou, de cabeça, um dos gols da vitória por 3 a 2, de virada.
Mais importante do que o gol, avaliou o técnico da Bélgica, o espanhol Roberto Martínez, foi como Fellaini contribuiu para o meio campo jogar em um outro ritmo.
Experiente, com 85 partidas e 18 gols com a seleção belga, ele é um daqueles jogadores modernos que atuam de área a área, tanto na marcação, quanto na criação de jogadas ofensivas, na visão do técnico.
Deve ser reserva de novo diante do Brasil. Se entrar, pode ter a chance de, mais uma vez, ser protagonista vindo do banco.