Governador de Porto Rico indica possível sucessor
O governador de Porto Rico, Ricardo Rosselló, que deixará o cargo nos próximos dias, nomeou nesta quarta (31) seu possível sucessor. O indicado foi Pedro Pierluisi, ex-representante de Porto Rico no Congresso americano.
Pierluisi deve servir no cargo de secretário de Estado, o que o posiciona para assumir como governador da ilha assim que Rosselló sair efetivamente, na sexta-feira (2).
Contudo, ele só será elegível para a sucessão se os legisladores porto-riquenhos aprovarem sua indicação em sessão na quinta-feira (1º).
Caso aprovado, Pierluisi governará o território interinamente até que novas eleições sejam realizadas, em novembro de 2020, junto ao pleito presidencial americano.
"Eu ponderei múltiplas opções para exercer este cargo e a enorme responsabilidade que ele acarreta. O momento histórico exige uma pessoa capaz de restabelecer relações com todos os setores, em nível local e nacional", disse Rosselló, 40, em uma rede social.
Porto Rico, com 3,2 milhões de habitantes, é um território dos EUA no Caribe e, embora tenha representante no Congresso em Washington, não vota na Câmara dos Deputados.
Pierluisi, um advogado corporativo que trabalha para o escritório de advocacia de Washington O'Neill & Borges, é filiado ao Partido Novo Progressista (PNP), que defende a anexação da ilha como o 51º estado dos Estados Unidos.
O próximo líder terá o desafio de tirar os porto-riquenhos de uma crise misturada com recessão econômica. O território enfrentou o furacão Maria em 2017, que deixou mais de 4.000 mortos, meses após ter entrado com pedido de falência.
A sucessão de Rosselló, que estava em seu primeiro mandato e anunciou em 24 de julho que deixaria o cargo, tornou-se complicada depois que manifestantes invadiram as ruas contra a secretária de Justiça Wanda Vázquez, que seria sua substituta.
Os protestos pedindo a saída de Rosselló começaram quando um pequeno veículo de comunicação local, o Centro de Jornalismo Investigativo, divulgou em 13 de julho um chat no Telegram do qual participavam o governador e 11 homens de seu entorno.
Por ali, trocaram mensagens ofensivas sobre mulheres e homossexuais, bem como deboches às vítimas do furacão Maria. Rosselló fez piada sobre os cadáveres que se amontoavam nos necrotérios.