Há futebol além de Neymar
Neymar. Mais Neymar. E muito mais Neymar.
Basta piscar para, ao reabrir os olhos, uma nova notícia sobre o atacante surgir na tela do notebook, do tablet, do celular.
Natural, já que Neymar é o principal futebolista brasileiro, e também o mais caro da história – o Paris Saint-Germain pagou € 222 milhões (R$ 965 milhões no câmbio atual) ao Barcelona há quase um ano.
Ele foi um dos personagens da Copa do Mundo? Sem dúvida. (Pena que pela teatralidade, não pela eficiência.)
Mas o Brasil já foi eliminado do Mundial russo faz quase um mês, e a overdose de Neymar permanece.
Até parece que ele, aos 26 anos, é onipresente. Não é, e não tem que ser.
Tem gente, mais conhecida ou menos conhecida que a principal estrela da seleção, que hoje é tão merecedora ou mais merecedora de atenção do que ele.
Cristiano Ronaldo, 33 anosO mega-artilheiro português consagrou-se ao ganhar tudo pelo Real Madrid. Tem cinco prêmios de melhor do mundo e deve faturar o sexto neste ano, isolando-se como o maior vencedor (ultrapassará o argentino Lionel Messi).
Pois ele inicia um novo desafio, na reta final da carreira. Trocou o Real pela Juventus. Repetirá o sucesso na Itália?
Campeão do mundo com a França, primeiro teen a fazer gol em decisão de Copa desde Pelé, eleito o melhor jogador jovem do torneio na Rússia.
Espera-se uma temporada arrasadora dele no PSG (o mesmo time de Neymar), com dezenas de gols e de assistências, com arrancadas “boltianas” (à la Usain Bolt, jamaicano, o maior velocista de todos os tempos) e jogadas “zidanescas” ou “platinígicas” (à la Zinédine Zidane e à la Michel Platini, compatriotas do garoto e gênios da bola).
Alisson, 25 anos, Arthur (ex-Grêmio), 21 anos, e Vinicius Júnior (ex-Flamengo), 18 anosPelo primeiro, titular do Brasil na Copa, o Liverpool pagou € 62,5 milhões (R$ 274 milhões) à Roma, mais alto valor já despendido por um goleiro. Fechará o gol na terra dos Beatles?
O segundo e o terceiro, que poderiam ter ido ao Mundial (Tite levou Fred, não tão bom, e o insosso Taison), já causam impacto em Barcelona e Real Madrid, respectivamente.
Serão todos eles grandes atrações na temporada 2018/2019.
Dá perfeitamente para escantear, pelo menos momentaneamente, essa obsessão por um certo camisa 10.
Há para quem olhar. Há futebol além de Neymar.
Em tempo: Não poderia deixar de mencionar, para sair da Europa e chegar à América do Sul, o atacante paraguaio Ángel Romero. Desde que a Copa do Mundo terminou, ele atuou cinco vezes pelo Corinthians. Marcou sete gols, sendo três em um único jogo (diante do Vasco), fora o show. A fase estupenda lhe permite fazer embaixadinhas e dar chapéu, como visto nesta quarta (1º), no Itaquerão, contra a Chapecoense. Está iluminado, e vale observar se manterá a ótima performance na Libertadores – na quarta (8), o time alvinegro inicia as oitavas de final contra o Colo-Colo, no Chile.