Hamas rebate Flávio Bolsonaro, a quem chama de 'filho de extremista'
O chefe de relações internacionais do Hamas, Basem Naim, criticou nesta sexta-feira (5) declaração de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) contra o grupo extremista palestino, chamando o senador de "filho de extremista".
"O filho do presidente extremista do Brasil Flávio Bolsonaro está atacando o Hamas porque rejeitou o apoio ilimitado à ocupação israelense do novo governo brasileiro, em contradição ao apoio histórico do Brasil aos direitos palestinos", escreveu Naim, ex-ministro da Saúde do Hamas em uma rede social.
"Jerusalém é um território ocupado, de acordo com o direito internacional, e ninguém, incluindo Jair Bolsonaro, tem o direito de legitimar a ocupação israelense", disse ainda, acrescentando que a decisão do governo brasileiro de abrir um escritório comercial em Jerusalém prejudicaria as relações históricas do Brasil com palestinos, árabes e muçulmanos.
Durante viagem a Israel, Flávio Bolsonaro escreveu nas redes sociais na última terça-feira (2) que o movimento deveria se explodir —mas depois voltou atrás e apagou a publicação com a afirmação. Dois dias depois, disse que o episódio era uma "página virada".
"Quero que vocês se EXPLODAM!!!", escreveu o senador ao compartilhar uma reportagem do site da revista Exame sobre um pedido do Hamas para que o governo brasileiro se retratasse.
A declaração foi dada um dia após o grupo palestino ter criticado a viagem do pai do senador, o presidente Jair Bolsonaro, a Israel —Flávio fez parte da comitiva, que retornou ao Brasil na quarta-feira (3).
O Hamas controla a faixa de Gaza e mantém uma relação de hostilidades com Israel, sendo considerado uma organização terrorista por Israel, pelos EUA e pela União Europeia.
Com a repercussão negativa da viagem a Israel entre o mundo árabe, o presidente Bolsonaro prepara agora uma visita a esses países ainda para o primeiro semestre.
Nesta sexta, ele disse que não quer "problemas com a Palestina".
"O povo palestino é maravilhoso, uma parte trabalha em Israel, escondido até, para não sofrer retaliação. A comunidade árabe é muito grande no Brasil, votaram em mim grande parte. Vamos continuar fazendo negócio com a Palestina, vamos ampliar até. Eu quero fazer negócio com o mundo todo", disse Bolsonaro.