Harvey Weinstein enfrentará ação civil de atriz que o acusa de tráfico sexual
O produtor de cinema Harvey Weinstein terá que enfrentar uma ação civil de uma atriz britânica que o acusou de violar leis de tráfico sexual ao convidá-la para um quarto de hotel na França e a agredir sexualmente. A ação foi decidida por um juiz federal nesta terça-feira (14).
O juiz Robert Sweet, de Manhattan, negou nesta terça-feira uma moção de Weinstein pedindo a rejeição da ação civil, que foi apresentada no ano passado por Kadian Noble. O magistrado disse que, embora o caso “não seja uma ação arquetípica de tráfico sexual", as alegações estabelecem plausivelmente que Weinstein violou a Lei de Proteção de Vítimas do Tráfico Federal.
Os advogados de Weinstein e Kadian não foram encontrados de imediato para comentarem.
Kadian é uma de mais de 70 mulheres, a maioria jovens atrizes e funcionárias da indústria de cinema, que acusaram Weinstein de má conduta sexual, incluindo estupro, em uma série de incidentes que cobrem décadas.
Weinstein, que era uma das figuras mais poderosas de Hollywood antes de as acusações virem à tona em outubro, também enfrenta acusações criminais de estupro e agressão sexual em uma corte estadual de Manhattan devido a alegações feitas por três outras mulheres. Ele disse jamais ter feito sexo não-consensual.
De acordo com a ação civil de Kadian, Weinstein “conseguiu forçar ou coagir Kadian a realizar atividades sexuais em seu quarto de hotel por lhe prometer um papel em um filme e usar influência a seu favor” em Cannes, na França, em 2014.
Os advogados de Weinstein argumentaram que o caso deve ser rejeitado porque as leis de tráfico sexual foram criadas para contemplar atos sexuais “comerciais”, o que não inclui o suposto encontro porque Kadia não deu nada de valor.
Eles disseram nos autos que permitir o prosseguimento do caso significaria que a lei cobre “todas as atividades sexuais que ocorrem entre adultos nas quais uma parte tem uma posição superior de poder e influência”.
ASSÉDIO EM HOLLYWOOD
Confira a seguir um resumo sobre os principais casos de assédio sexual e estupro em Hollywood reportados recentemente.
James Toback
Segundo o "Los Angeles Times", mais de 30 mulheres denunciaram o diretor e roteirista de 72 anos de cometer assédio sexual. Autor da reportagem, Glenn Whipp disse ter sido contatado por 193 mulheres com acusações semelhantes contra Toback, autor do roteiro de filmes como "Bugsy" e "O Apostador".
Roman Polanski
Além de ter estuprado uma garota de 13 anos em 1977, o cineasta franco-polonês de 84 anos também é alvo de, pelo menos, outras quatro acusações contra mulheres menores de idade, entre elas a atriz Charlotte Lewis. Em Paris, uma retrospectiva de sua obra foi alvo de críticas por um grupo feminista.
Dustin Hoffman
O ator que tem hoje 80 anos é acusado de ter assediado sexualmente a escritora Anna Graham Hunter, então com 17 anos, no set do telefilme "A Morte de um Caixeiro-Viajante", em 1985. Ele teria falado de sexo para ela e a apalpado. Hoffman se desculpou e disse que aquilo não "reflete" quem ele é.
Brett Ratner
A atriz Natasha Henstridge diz ter sido forçada a fazer sexo oral no diretor de "A Hora do Rush" e "X-Men: O Confronto Final" nos anos 1990. Além dela, outras atrizes e modelos, como Olivia Munn e Jaime Ray Newman, também relatam casos semelhantes envolvendo ele. Rattner, 48, nega as acusações.
Ed Westwick
O ator conhecido por "Gossip Girl" foi acusado de estupro por Kristina Cohen e Aurélie Wynn. Ele nega. A polícia de Los Angeles abriu investigação sobre o primeiro caso. Com isso, a BBC suspendeu a exibição "Ordeal by Innocence". As gravações já iniciadas da segunda temporada de "White Gold", da Netflix, também foram suspensas.
Uma assistente de produção acusou o ator americano Morgan Freeman de comportamento sexual abusivo durante gravações, em 2015, da comédia “Despedida em Grande Estilo” (2017). O depoimento foi dado à CNN. Nele, a assistente diz que o ator a submeteu a toques indesejados e outras formas de assédio, durante vários meses.