Horário eleitoral termina com PT no ataque e rivais pedindo moderação

O Partido dos Trabalhadores, que tem Fernando Haddad como candidato à Presidência da República, disparou, em sua conta no Twitter, vídeo na internet comparando Jair Bolsonaro (PSL) a Hitler. E Bolsonaro voltou a atacar petistas e políticas de diversidade em sua página no Facebook. 

Mas foram os discursos contra essa polarização que marcaram o último dia do horário eleitoral do primeiro turno, nesta quinta, três dias antes da votação. Os apelos ao “voto sem ódio” não vieram dos dois líderes nas pesquisas de intenção de voto, mas, sim, de candidatos que permaneceram na retaguarda.

Em terceiro lugar nas pesquisas, Ciro Gomes (PDT) disse que “tem gente que vota no Bolsonaro para barrar o PT ou vota no PT para barrar o Bolsonaro”, em referência ao líder, do PSL, e ao vice-líder petista, respectivamente. “É triste ver que muitos estão votando em um candidato para que o outro não ganhe”, também disse Henrique Meirelles em sua propaganda. 

Embora agressivas contra os adversários do PT e do PSL, a propaganda do tucano Geraldo Alckmin também criou cenas apelando pela moderação. Entre as imagens, uma era protagonizada por um vendedor de banca de jornal que dizia: “Eu não quero o Brasil com o PT de volta, mas também não quero embarcar em uma viagem com alguém despreparado como o Bolsonaro”.

O crescimento do capitão reformado fez o PT mudar a estratégia e antecipar o ataque ao líder das pesquisas. A propaganda petista lembrou a atuação de Bolsonaro como deputado federal. "[Bolsonaro] foi o único deputado que votou contra o fundo de combate à pobreza. Votou contra a valorização do salário mínimo. Mas quando foi para aumentar o próprio salário, ele votou a favor. Não vote em quem sempre votou contra você. Bolsonaro não", disse a propaganda do PT. 

O discurso contra o ódio ganhou terreno durante o horário eleitoral ocupado candidatos à Presidência, ao governo, ao senado e às câmaras estaduais e federal, mas a oportunidade de angariar votos com argumentos afins não rendeu. As pesquisas de intenção de voto refletiram o contrário.

Nos dias dedicados à propaganda dos candidatos ao governo, João Dória (PSDB) se “bolsonarizou” dando vasão a discursos mais incisivos contra criminosos.

Em um dos últimos programas, o ex-prefeito de São Paulo disse: “Não façam enfrentamento com a Polícia Militar nem a Civil. Porque, a partir de 1º de janeiro, ou se rendem ou vão para o chão. Se fizer o enfrentamento com a polícia e atirar, a polícia atira. E atira para matar”.

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