Huawei acusada de persuadir tecnológicas a partilhar segredos industriais das concorrentes
De acordo com o The Information, a Huawei tem recorrido a táticas pouco éticas para copiar tecnologias desenvolvidas pela Apple. Em novembro, um alto representante da gigante chinesa chegou a marcar uma reunião com uma empresa fornecedora da Apple para lhe tentar extrair segredos industriais sobre o smartwatch da marca da maçã. O caso foi depois denunciado pelo executivo da empresa fornecedora, que foi convencido a marcar presença no encontro com o pretexto de que haveria um contrato para discutir.
O representante da Huawei fez-se acompanhar de quatro investigadores e o grupo passou cerca de uma hora e meia a fazer perguntas sobre o relógio. A empresa fornecedora não facultou quaisquer informações.
O site afirma que a tecnológica utilizou táticas semelhantes para descobrir segredos industriais sobre produtos da Cisco, Motorola e Akhan Semiconductor.
Segundo a justiça norte-americana, a empresa tem mesmo um programa interno de recompensas que serve para premiar os colaboradores que conseguirem roubar informações confidenciais a empresas parceiras das suas concorrentes.
Uma das soluções que se diz ter resultado desta prática é o conector que liga o monitor do MateBook Pro de 2018 aos restantes componentes eletrónicos. O conector é fino e permite utilizar uma dobradiça menos robusta, tal como a que vemos no MacBook Pro, da Apple. Nos EUA, defende-se a teoria de que a Huawei conseguiu comprar os esquemas técnicos deste conectar às empresas parceiras da Apple que foram envolvidas no seu fabrico.
Outra das táticas consiste em abordar antigos colaboradores da Apple e inquiri-los acerca dos produtos que a empresa está a desenvolver. Um dos ex-colaboradores, que aceitou ir a uma entrevista de emprego para a tecnológica chinesa, afirmou que a mesma “estava mais interessada em ouvir coisas sobre a Apple do que em contratá-lo”.
A Huawei é uma empresa não-grata nos EUA. O atual executivo norte-americano tem investido em ligar o nome da mesma ao governo chinês e defende que a marca está a ser utilizada para espiar os grandes nomes da indústria que têm sede nos EUA e para facilitar a concretização de ataques informáticos no país.
Depois da filha do fundador da Huawei e CFO ter sido detida em Vancouver os Estados Unidos preparam-se para levar a empresa a tribunal por espionagem industrial.
O clima de suspeição sobre a empresa e os seus produtos estendeu-se a vários países mas ainda ontem as autoridades de segurança do Reino Unido declararam que o risco que existe com a instalação de redes 5G pode ser gerido e que não vêem qualquer impedimento à sua utilização no país, o que pode ser uma lufada de ar fresco para a tecnológica chinesa.