Incêndio que matou 44 na Califórnia cresce, e só 30% das chamas foram contidas
As equipes de bombeiros enfrentaram dificuldades nesta terça-feira (13) para conter o incêndio florestal mais avassalador da história da Califórnia, nos EUA. Ao menos mais 8.000 acres (32,4 km²) foram consumidos pelas chamas.
O fogo Camp, a cerca de 280 km ao norte de San Francisco, agora atinge 125 mil acres (505,8 km²), mais de quatro vezes o tamanho da cidade, segundo informou o Departamento de Silvicultura e Proteção ao Fogo da Califórnia.
As chamas em Camp deixaram 42 mortos, o maior número já registrado em um incêndio florestal no estado americano, e outros 288 desaparecidos. Mais de 7.600 casas e imóveis foram destruídos, também um número recorde.
A maioria dos danos está concentrada em Paradise, cidade de 27 mil habitantes praticamente destruída na última quinta-feira (8) apenas horas depois do início do incêndio.
Apenas 30% do incêndio foi apagado e a expectativa é que ele seja totalmente controlado apenas no fim do mês.
O progresso depende muito das condições climáticas e do vento, afirma a porta-voz dos bombeiros da Califórnia Erica Bain. Até o fim da semana, ela espera que o índice chegue a 40% ou 45%.
"As coisas parecem muito melhor do que ontem, graças às condições do tempo", disse outro porta-voz dos bombeiros Scott McLean.
Nesta terça-feira, as equipes de combate ao fogo receberão um reforço de 150 pessoas.
O xerife do Condado de Butte, Kory Honea, pediu ainda três equipes móveis de legistas ao Exército dos EUA, além de uma equipe mortuária de desastre, unidades caninas para identifcar cadáveres e três grupos de antropologistas forenses. O reforço servirá apara acelerar a busca por corpos na destruída Paradise, enquanto familiares ansisos buscam notícias dos desaparecidos em abrigos e hospitais.
Lisa Jordan dirigiu mais de mil quilômetros de Yakima, em Washington, em busca de seu tio Nick Clark e a mulher dele, Anne, que viviam na cidade. Anne Clark tem esclerose múltipla e não pode andar.
Jordan disse que ninguém soube informar se eles conseguiram fugir e nem confirmar se a casa deles foi uma das destruídas. “Eu continuo esperançosa", disse.
Uma das prioridades das equipes no local é montar um sistema de análise rápida de DNA para agilizar a identificação dos corpos. As chamas foram tão fortes que, em alguns casos, tudo que sobraram foram fragmentos de ossos.
No sul da Califórnia, duas pessoas morreram no incêndio Woolsey, que destruiu 435 estruturas e deslocou cerca de 200 mil pessoas perto da costa de Malibu, a oeste de Los Angeles.
O percentual do fogo Woolsey contido subiu de 30% nesta segunda-feira (12) para 35% nesta terça (13). Cerca de 8.700 bombeiros de 17 estados trabalham no combate às chamas.
Há ainda um terceiro foco, o incêndio Hill, de menor porte, que continua a atingir o condado de Ventura. Não há estimativa de quanto das chamas foram contidas.
A investigação da causa do incêndio aponta como causa mais provável linhas de energia defeituosas da empresa Pacific Gas & Electric Co. Moradora da região próxima onde o fogo começou, Betsy Ann Cowley, disse ter sido notificada pela companhia no dia anterior ao início do incêndio de que uma equipe de manutenção iria até o local verificar fiação que soltava faíscas.
A Pacific Gas & Electric Co não confirmou o relato de Cowley, mas reconheceu problemas em suas linhas de transmissão na área pouco antes das chamas começarem.