Juiz dos EUA reverte deportação em andamento de mãe e filha para El Salvador
Um juiz federal americano determinou nesta quinta-feira (9) a interrupção de uma extradição já em andamento de uma mulher de El Salvador e sua filha que pediram asilo nos EUA devido à violência no país centro-americano.
Em sua decisão, o magistrado Emmet G. Sullivan, de Washington, ameaçou declarar desobediência do secretário de Justiça, Jeff Sessions, à sua decisão caso as salvadorenhas não sejam trazidas de volta para território americano.
A decisão foi tomada baseando-se em um pedido das estrangeiras junto com a União Americana de Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês), que consideram a deportação uma violação das leis de asilo nos Estados Unidos.
Sullivan ouvia os argumentos dos defensores quando os advogados da organização souberam que elas haviam sido colocadas em um avião para San Salvador. Segundo o jornal Washington Post, ele chamou a medida de repugnante e inaceitável e a reverteu.
À agência de notícias Reuters, o Departamento de Segurança Doméstica informou que, em cumprimento à decisão judicial, as duas solicitantes de refúgio continuaram na aeronave na parada em El Salvador e estão voltando.
Na mesma audiência, o magistrado determinou a permanência temporária de nove mulheres e três crianças com ordem de deportação —todas parte do mesmo processo da ACLU, apresentado na última terça-feira (7).
O veredicto desafia o endurecimento recente das regras de asilo, parte da política de tolerância zero do presidente Donald Trump, que também levou à separação de crianças de seus pais na fronteira com o México.
Em 11 de junho Sessions havia determinado que casos de violência doméstica ou de organizações criminosas, como as gangues de El Salvador, Honduras e Guatemala, não devem motivar o reconhecimento do direito de asilo.