Julian Assange é condenado a 50 semanas de prisão por violar condicional
O fundador do Wikileaks, Julian Assange, foi condenado por um tribunal de Londres a 50 semanas de prisão por violar as regras da liberdade condicional.
Assange e o WikiLeaks foram responsáveis por um enorme vazamento de documentos confidenciais do governo dos EUA em 2010.
Ele cumpria condicional após ter sido detido em 2010 na Inglaterra, por ser alvo de uma investigação na Suécia por abuso sexual. Na época, ele foi liberado alguns dias depois mediante pagamento de fiança, mas não conseguiu reverter o processo de extradição e pediu asilo na embaixada do Equador, onde viveu por sete anos.
Neste período na embaixada, ele deixou de cumprir as regras da condicional, como comparecer a audiências, o que gerou esse processo e um pedido de prisão.
Ele foi retirado à força da embaixada em 11 de abril, depois de ter seu asilo revogado pelo governo do Equador, e levado para uma prisão em Londres.
Assange também é processado pelos Estados Unidos, por participar de um dos maiores vazamentos de informações confidenciais já realizados. Neste processo, ele pode pegar até cinco anos de prisão.
A Justiça do Reino Unido avalia o pedido de extradição de Assange, feito pelos EUA. O caso aguarda julgamento.
Procuradores da Suécia decidiram arquivar o processo por abuso sexual em 2017, pela impossibilidade de ouvi-lo. No entanto, com sua prisão, há a possibilidade de o caso ser reaberto.
Assange ficou conhecido por criar o Wikileaks, em 2006, um site dedicado a receber e publicar informações confidenciais, protegendo a identidade de quem vazou as informações.
Em 2010, a página divulgou uma grande quantidade de documentos militares secretos relacionados às guerras dos EUA no Iraque e no Afeganistão. Também vieram a público vídeos de militares americanos atirando em civis no Iraque e uma grande quantidade de mensagens diplomáticas confidenciais, incluindo alguns que citavam o Brasil.
Nas eleições de 2016, o site divulgou e-mails e documentos do partido Democrata que trouxeram problemas para a candidatura de Hillary Clinton, que foi derrotada por Donald Trump. O material foi obtido por militares russos, de acordo com investigadores dos EUA.