Justiça da Venezuela ordena prisão de opositor Leopoldo López
A Justiça venezuelana ordenou nesta quinta-feira (2) a prisão do líder opositor Leopoldo López, pivô da atual série de protestos contra o ditador Nicolás Maduro.
Na última terça (30), militares dissidentes permitiram que López deixasse sua casa onde estava em em prisão domiciliar desde julho de 2017.
Com isso, ele e o também líder opositor Juan Guaidó se dirigiram à base aérea de La Carlota (em Caracas) e anunciaram uma ação para retirar do poder Maduro, com apoio de militares dissidentes.
A ação deu início a manifestações contra o regime, que culminaram com confrontos violentos entre opositores e forças leais a Maduro. O conflito deixou quase 200 pessoas feridas e quatro civis mortos.
Um dos principais nomes da oposição, López foi inicialmente preso em 2014 acusado de incentivar ações violentas contra o regime e sentenciado a 13 anos de prisão. Em 2017, porém, a Justiça determinou que ele cumprisse o restante da pena em prisão domiciliar.
Em julho daquele ano, ele deixou a prisão e desde então permanecia em casa até esta terça, quando deixou o local sem resistência e acompanhado por agentes do Sebin —o serviço de inteligência venezuelano—, que tinham como função exatamente vigiá-lo.
Nesta quinta, um tribunal de Caracas ordenou que López seja preso exatamente por ter violado a prisão domiciliar ao deixar a residência.
"É um fato público e notório que Leopoldo López violou a medida de prisão domiciliar, aparecendo e discursando para os veículos de comunicação de massa", afirma comunicado divulgado pelo Tribunal Supremo de Justiça. A ordem, porém, foi dada por uma corte de primeira instância.
A ordem determina ainda que caberá ao próprio Sebin —que em sua maioria segue fiel a Maduro— prendê-lo. A decisão estabelece que o opositor deve voltar para a prisão para cumprir todo o restante de sua pena de 13 anos e nove meses —da qual ele já cumpriu cinco anos, dois meses e 12 dias.
Após participar do ato em La Carlota na terça ao lado de Guaidó, López foi para a embaixada do Chile em Caracas e depois para a da Espanha, onde permanece até o momento —ele tem cidadania espanhola.
A mulher de López, Lilian Tintori, afirmou nesta quinta que a casa do casal foi invadida e destruída.