Justiça do Peru reverte prisão preventiva de Keiko Fujimori no caso Odebrecht
A Justiça do Peru ordenou nesta quarta (17) a libertação de Keiko Fujimori, líder opositora do país e filha mais velha do ex-líder Alberto Fujimori, que havia sido presa uma semana atrás sob a acusação de lavagem de dinheiro.
Keiko é investigada por ter recebido US$ 1,2 milhão de doação em caixa dois da construtora brasileira Odebrecht para sua campanha à Presidência em 2011, quando foi derrotada por Ollanta Humala.
No mesmo pleito, a empreiteira também teria fornecido dinheiro para o esquerdista Humala —que está em prisão preventiva desde 2017 devido à acusação. A empresa admite ter pago US$ 29 milhões de propina a políticos peruanos.
No caso de Keiko, porém, o juiz César Sahuanay considerou não haver fundamentação adequada na ordem de prisão ditada pelo juiz Richard Concepción Carhuancho, responsável pelos casos ligados ao escândalo da empreiteira.
O magistrado desestimou o pedido do colega por considerar que ele copiou e colou as acusações do Ministério Público e usou a expressão "conhecimento privado" para justificar a detenção.
"Então se constata que não satisfez o padrão que se exige para a detenção preventiva judicial", disse Sahuanay.
O magistrado também impediu Richard Concepción Carhuancho de ditar uma nova detenção de Keiko, cabendo a outros juízes fazê-lo.
Na audiência, a líder fujimorista se defendeu ao dizer que não havia motivo para prendê-la e que as acusações contra ela são injustas e arbitrárias.
"Foi uma emboscada do Ministério Público [ela foi presa na sede da Procuradoria]. Só o fato de eu ter ido ao prédio desatou essa acusação", disse. “Meu partido não é uma organização criminosa”.
Na ocasião, Carhuancho havia determinado a detenção de Keiko devido à tripla nacionalidade da dirigente: japonesa por parte de pai, e americana devido a seu marido.