Juventus evitará jogo nos EUA por investigação de estupro de Ronaldo
O organizadores de um torneio de verão que costuma incluir os maiores clubes de futebol do planeta decidiram que não levarão a Juventus e seu astro, Cristiano Ronaldo, para a competição deste ano, nos Estados Unidos, para evitar o risco de que o astro português seja detido pelas autoridades como parte de uma investigação por estupro em Las Vegas.
Embora a maioria dos jogos do torneio, International Champions Cup, deva ser realizada nos Estados Unidos, as partidas da Juventus acontecerão como parte da versão asiática do evento anual. A Juventus terá a companhia do Tottenham Hotspur e do Manchester United, ambos da Premier League inglesa, em jogos que provavelmente serão realizados na China e em Cingapura.
Ronaldo, escolhido por cinco vezes como o melhor jogador do mundo, está jogando sua primeira temporada na Série A italiana, depois de trocar o Real Madrid pela Juventus em uma transação de mais de US$ 114 milhões, em julho do ano passado. Meses depois da transferência, a polícia de Las Vegas anunciou ter reaberto uma investigação sobre acusações de uma americana, Kathryn Mayorga, de que Ronaldo a teria estuprado em um quarto de hotel na cidade em 2009, e mais tarde pagado US$ 375 mil por seu silêncio.
Ronaldo e seus advogados negaram repetidamente que tenha acontecido um estupro, quando a acusação surgiu, em setembro. O futebolista definiu o caso como "fake news" em um vídeo postado em uma de suas contas de mídia social, e seus advogados ameaçaram processar a revista alemã que foi a primeira publicação a noticiar as acusações de Mayorga. A Juventus também declarou apoio ao seu astro, expressando apreciação por seu "grande profissionalismo e dedicação", e acrescentando que as acusações de Mayorga "não mudam essa opinião".
A Juventus tem um contrato multianual para jogar na International Champions Cup, organizada pela Relevent Sports, de Nova York. Os problemas legais de Ronaldo influenciaram os planos para a participação do clube italiano, de acordo com pessoas informadas sobre o calendário do torneio que acontecerá na terceiro trimestre; as datas das partidas devem ser divulgadas na semana que vem.
Um porta-voz da Juventus, que está a caminho de conquistar seu oitavo título consecutivo na Série A italiana, disse que "viajar para o leste", para a Ásia, era normal, depois que o time passou suas pré-temporadas recentes nos Estados Unidos.
Embora torneios de pré-temporada não sejam encarados como competições sérias, eles são vitais para os preparativos dos times antes de uma nova temporada, e a Juventus teria atraído atenção indesejada caso viajasse aos Estados Unidos sem o seu principal astro, Ronaldo.
O caso contra Ronaldo ressurgiu depois que a revista alemã Der Spiegel anunciou ter obtido documentos confidenciais relacionados ao acontecido, e ao suposto pagamento do futebolista para encerrar o assunto, do site de denúncias esportivas Football Leaks. Mais ou menos no mesmo momento, a polícia de Las Vegas anunciou ter reaberto sua investigação quanto à acusação de estupro, de acordo com as autoridades depois de receber informações da vítima.
Ronaldo, 33, era astro do Manchester United, da Inglaterra, quando conheceu Mayorga, 35, em uma casa noturna de Las Vegas, em 2009, pouco antes de sua transferência milionária ao Real Madrid. Ele convidou Mayorga e outras pessoas para irem à sua suíte no hotel, na madrugada de 13 de junho de 2009, ela disse, e lá a agrediu sexualmente.
Alguns dos documentos que os advogados de Mayorga afirmam sustentar suas acusações foram publicados por Der Spiegel, que também publicou uma longa entrevista com Mayorga. Os advogados de Ronaldo questionaram a autenticidade de alguns dos documentos que a revista publicou, mas não negaram que tenha acontecido um encontro sexual entre o jogador e Mayorga - de acordo com eles, consensual.
Segundo o processo judicial movido por Mayorga, ela denunciou o ataque à polícia no mesmo dia, e passou por um exame médico durante o qual foram recolhidos indícios do possível estupro. A polícia de Las Vegas confirmou que Mayorga reportou o ataque e passou pelo exame, mas afirma que ela não identificou o agressor, na ocasião. O caso foi reaberto por ela em setembro.
Tradução de Paulo MIGLIACCI