Kim Jong-un desembarca na Rússia para cúpula com Putin
O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, chegou na quarta-feira (24; quinta-feira no horário local) a Vladivostok, na Rússia, para um encontro histórico com o presidente russo, Vladimir Putin. O primeiro encontro entre os dois líderes é visto como um gesto aos EUA de que Washington não é a única potência capaz de influenciar o programa nuclear norte-coreano.
Os líderes se encontrarão na ilha Russky, próxima à cidade de Vladivostok. A cúpula ocorre dois meses após o ditador e o presidente dos EUA, Donald Trump, abandonarem a mesa de negociações em Hanói, no Vietnã.
A visita oferece a Pyongyang a possibilidade de angariar novo apoio internacional e um eventual alívio das sanções que afetam gravemente sua economia. Para Putin, trata-se de uma oportunidade de se posicionar como um ator diplomático global, fazendo face às tentativas dos países ocidentais, principalmente dos EUA, de isolar a Rússia.
Porém, Moscou continua comprometida a manter as sanções econômicas contra a Coreia do Norte até que o regime abra mão de seu programa nuclear. Nesse cenário, analistas acreditam que é improvável que o encontro resulte em alguma assistência significativa a Kim.
"Espero que possamos discutir questões concretas envolvendo as negociações de paz na península coreana, e também nossas relações bilaterais", afirmou o ditador em uma entrevista a emissoras russas.
Kim viajou de Pyongyang a Vladivostok em seu trem blindado, o mesmo que utilizou para se deslocar até o Vietnã para a cúpula com Trump.
O último encontro de Putin com um líder norte-coreano aconteceu em 2002, quando o pai de Kim, Kim Jong-il, ainda estava no poder. Em 2011, quando era presidente, o aliado de Putin Dmitri Medvedev também se reuniu com Kim pai.