'Levarei Rochelle sempre no coração', diz Giovanna Lancellotti sobre o fim do papel em 'Segundo Sol'
São Paulo
Se há uma atriz que sai realizada após fazer um bom trabalho em “Segundo Sol” (Globo), esta é Giovanna Lancellotti. Indicada ao prêmio “Melhores do Ano” como atriz coadjuvante, troféu que será entregue no Domingão do Faustão, em dezembro, a intérprete de Rochelle é só alegria com o fim do projeto.
“Acho que o grande segredo foi a união do elenco. Formamos realmente um time, que se ajuda, se elogia, tem entrosamento. Isso fez toda a diferença. Aprendi inúmeras coisas nesse trabalho. Foi transformador. Com certeza, levarei a Rochelle sempre no meu coração.”
Na história, o caráter de Rochelle foi mudando. Ela começou de um jeito e, ao longo dos capítulos e das lições de vida, foi ficando mais humana. Na reta final, a personagem descobriu ser portadora da síndrome de Guillain-Barré, que leva à paralisia dos membros.
“Eu acredito muito na recuperação geral dela. Tanto na recuperação dos movimentos quanto na da alma. Foi uma trajetória linda de aprendizado. Rochelle aprendeu a amar, a ter gratidão. Adoraria que ela se recuperasse e desse um novo rumo à vida”, opina.
E será isso que ocorrerá. No último capítulo, Rochelle vai andar e, assim, alimentar a esperança de ter uma vida melhor.
Finais
A novela “Segundo Sol” acaba nesta sexta (9), história escrita por João Emanuel Carneiro, que, com sua trama dinâmica e muitas reviravoltas conquistou o telespectador. Em sua reta final, o folhetim das nove bateu recordes de ibope, ultrapassando a marca de 40 pontos.
No último capítulo, o público vai acompanhar mais ação. Enquanto os mocinhos Emilio (Beto Falcão) e Luzia (Giovanna Antonelli) vão terminar felizes, a vilã principal, Laureta (Adriana Esteves), roubará o filho de Rosa (Letícia Colin) e terminará atrás das grades. Lá, porém, nada de melancolia. Ela terá regalias e comandará a prisão.
Outro final de destaque vai para o trio Ícaro (Chay Suede), Rosa e Valentim (Danilo Mesquita). A jovem deverá ficar mesmo com Valentim. Já Karola (Deborah Secco), personagem que ganhou muito destaque principalmente neste último mês, morrerá atingida por um tiro.
Intérprete do vilão Remy, Vladimir Brichta conta o que espera do desfecho de seu personagem. “Ele tem que pagar, sim, mas acho que ir preso seria sem graça”, analisa. “Confesso que, por outro lado, ele também já se deu mal, perdeu muito. Ele, talvez, merecesse um final mais engraçado e glorioso”, torce.
Acometida por uma doença que a fez perder os movimentos das pernas, Rochelle (Giovanna Lancellotti) andará no último capítulo, alimentando a esperança dos médicos e de todos ao seu redor para uma vida melhor.
Vilões terminam por cima
Remy (Vladimir Brichta) e Severo (Odilon Wagner) aprontaram muito em “Segundo Sol”, mas vão encerrar suas participações na trama numa boa, sem punições.
Severo, desde o assalto sofrido em sua casa, já vem demonstrando que não é tão ruim quanto parecia no início. Já Remy vai acabar por cima, sendo dono do bordel e comandando todo o império que pertencia à Laureta (Adriana Esteves).
Para Odilon Wagner, Severo se redimiu no decorrer da trama. “No último capítulo, ele terá uma história de demonstração desse valor e desse novo mundo para onde partiu, que é para o lado bom da vida”, comenta.
Segundo ele, os fãs queriam esse final. “O público pedia nas ruas que essa família se regenerasse. Queriam ver Zefa [Claudia Di Moura] e Severo juntos.”
Já Brichta diz que está feliz com o trabalho realizado e espera uma repercussão positiva. Agora, o ator só pensa nas férias. “Vai calhar com as férias escolares e vamos aproveitar”, diverte-se.
Estreia com o pé direito
Conhecido por papéis de humor no canal de vídeos do YouTube Porta dos Fundos, o ator Luis Lobianco fez a sua estreia em novelas na Globo, na pele do boêmio Clóvis, de “Segundo Sol”, que chega ao fim nesta sexta (9).
Para ele, o processo foi de muito aprendizado e surpresas. “Foi uma experiência transformadora. Venho de 24 anos trabalhando no teatro. Nos últimos anos, fiz cinema, internet e séries para todos os públicos. Já estava bastante feliz, mas queria viver a experiência da obra aberta no horário nobre”, conta.
Segundo ele, o desafio foi lidar com as expectativas por estar em foco. “E a surpresa foi perceber que, na novela, vale a mesma regra [de outros trabalhos]: amor, dedicação e bom humor. Aliviam a pressão e trazem toda essa alegria”, diz. A receita deu certo. Clóvis foi um dos grandes sucessos da trama.
E Lobianco já está escalado para mais trabalhos na emissora. “Eu começo a gravar a série Shippados no dia seguinte ao fim de ‘Segundo Sol’. É um projeto da Fernanda Young com o Alexandre Machado”, conta. Ele também vai desenvolver uma nova série para o Multishow.
Análise de especialistas
De acordo com especialistas em TV, “Segundo Sol” tem mais pontos positivos do que negativos.
Na visão deles, a novela apresenta como destaques boas atuações de atores, narrativa bem construída e dinâmica ágil.
Para Claudino Mayer, especialista em teledramaturgia, Letícia Colin como Rosa é um dos pontos altos. “A personagem trazia elementos de muito conflito. Por causa da interpretação da atriz, Rosa ganhou destaque e se sobressaiu como uma das protagonistas principais durante a novela”, afirma.
Segundo ele, outro ponto positivo é a fluidez da trama. “O autor optou por discutir o enredo principal. Essa foi uma dinâmica ágil e atendeu à proposta da narrativa de apresentar uma historia de fácil compreensão.”
Para o especialista Dirceu Lemos, o destaque fica por conta da dupla Adriana Esteves, como Laureta, e Deborah Secco, como Karola. “A Adriana conseguiu superar a Carminha de ‘Avenida Brasil’”, aponta. Ele acrescenta que Deborah saiu do padrão de mocinha e “roubou a cena.”
Por outro lado, Lemos cita também pontos negativos. “Algumas histórias foram difíceis de aturar e de convencer, como a redenção de Severo [Odilon Wagner]. Como pode alguém mudar de caráter tão rápido?”
Agora