Maria Silvia Bastos Marques será presidente do conselho consultivo do Goldman Sachs no Brasil
Maria Silvia Bastos, até então presidente do Goldman Sachs no Brasil, vai deixar o comando executivo do banco para assumir o cargo de presidente do conselho consultivo da operação.
Já a presidência do Goldman Sachs no Brasil passará a ser compartilhada por seis executivos em um comitê executivo de gestão. Juntos, serão responsáveis perante reguladores (como Banco Central). As mudanças passam a valer em 1º de abril.
Estarão no comitê Paula Moreira (diretora da área comercial da Mesa de Renda Fixa Brasil), Daniel Motta (diretor da área de negociação das Mesas de Renda Fixa e Renda Variável Brasil), Juliano Arruda (diretor da área comercial da Mesa de Renda Variável para a América Latina), Rodolfo Soares e Ricardo Bellissi (codiretores da área de Banco de Investimentos Brasil) e Ricardo Mourão (diretor operacional e jurídico).
Em entrevista a jornalistas, Maria Silvia afirmou que, com a mudança, ela deixará o dia a dia da operação e terá um papel mais estratégico, para pensar o banco no médio e longo prazo.
“Assim vou ficar mais liberada para pensar o banco a médio e longo prazo e ter relacionamento mais próximo com clientes”, afirmou a executiva, que assumiu a unidade brasileira do banco há um ano.
Maria Silvia defendeu, assim como outros bancos estrangeiros têm feito, a proximidade do banco com o governo.
“Como vocês sabem, sempre fui meio a meio setor público e privado”, disse.
Ressaltou sua atuação no BNDES durante o governo Temer e o período em que dialogava com o atual ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que à época comandava o PPI (Programa de Parceria de Investimentos) do governo. Afirmou ainda que conhece o ministro da Economia, Paulo Guedes, há duas décadas.
O Goldman Sachs prepara roadshows e eventos no Brasil e no exterior para apresentar oportunidades de investimentos no país com os programas de infraestrutura, que farão a diferença na arrecadação de impostos e no crescimento do país, afirmou a executiva.
“As oportunidades virão, mas serão financiadas pelo setor privado. É importante atuar nas duas pontas”, afirmou, ecoando o que já havia sido dito pelo presidente do Citi no Brasil.
A executiva disse ainda que só aceitou o posto de presidente do Goldman Sachs, há um ano, porque teve o compromisso dos executivos globais do banco com investimentos no Brasil. Segundo ela, recursos do banco serão utilizados em financiamentos de grandes projetos. Além disso, o banco deverá ter atuação importante em outras áreas, como banco de investimentos, que deverá atuar em operações de abertura de capital, follow-ons e operações de fusões e aquisições.
Maria Silvia afirmou ainda que os projetos importantes para o país estão andando, apesar do início de governo marcado por “uma mudança muito profunda na forma de trabalhar”.
Para a executiva, a principal proposta, a da Previdência, está endereçada.
“A gente já discute reforma da Previdência há mais de 10 anos. São questões que eram importantes e se tornaram urgentes”, disse.
Para ela, a aprovação final do texto no terceiro trimestre é bastante factível.