Marte já teve rios mais largos do que os da Terra
As últimas imagens divulgadas do planeta vermelho mostravam já sinais de fluxos de água e um estudo agora publicado indica que os rios já fluiram intensamente em Marte.
Há mais de mil milhões de anos Marte tinha rios de grande dimensão, duas vezes mais largos do que os da Terra, que estavam distribuídos por toda a superfície. A água terá corrido por esses canais num período calculado entre 3,6 mil milhões de anos e mil milhões de anos atrás, indicam os resultados da investigação divulgada ontem pela American Association for the Advancement of Science, que edita a revista Science.
Em fevereiro, imagens do satélite Mars Express, da Agência Espacial Europeia, mostravam um sistema de trincheiras e vales ramificados e ressequidos, indiciando a existência ancestral de fluxos de água e sugerindo um passado mais húmido e quente do que as paisagens do planeta vermelho hoje mostram.
As imagens agora dadas a conhecer pela ESA permitem ver um sistema de vales nas terras altas do sul de Marte, localizado a leste de uma grande e conhecida cratera de impacto chamada Huygens e a norte de Hellas, a maior bacia de impacto do planeta vermelho.
Se as estimativas das datas agora divulgadas estiverem certas, tal pode sugerir, de acordo com os autores da investigação, que o planeta vermelho estaria a perder atmosfera mais rapidamente do que se calculava antes e que teria outros condutores de precipitação na camada mais baixa da atmosfera.
A equipa de cientistas liderada por Edwin Kite, do Departamento de Ciências Geofísicas da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, baseou-se em imagens de vestígios de canais e calculou a intensidade do fluxo dos rios usando vários métodos, incluindo a análise do tamanho dos canais.