Mercado aposta em reforma da Previdência mais magra do que a projetada por Guedes

Confio desconfiando Pesquisa feita com 122 representantes de gestoras de recursos, bancos e outras instituições financeiras revela que os investidores seguem apostando na aprovação da reforma da Previdência, mas em uma versão mais magra do que a enviada pelo governo. O levantamento, realizado pela XP, mostra que o mercado espera que o Congresso aprove uma proposta capaz de gerar uma economia de R$ 700 bilhões em dez anos –a meta de Paulo Guedes (Economia) é de cerca de R$ 1 trilhão.

Bola de cristal? Os dados foram colhidos entre os dias 25 e 27, antes portanto de Jair Bolsonaro tratar ele mesmo de descredibilizar o projeto de sua equipe econômica. Nesta quinta (28), o presidente admitiu rever a idade mínima para as mulheres.

Pés no chão Os investidores parecem também mais realistas do que o governo ao opinar sobre quando a reforma deve ser votada na Câmara: 58% acreditam que ela será apreciada em primeiro turno em julho, antes do recesso. Outros 40% veem chances de resultado só no segundo semestre.

Queimando gordura A pesquisa também mediu o humor do mercado com o desempenho do governo. A aprovação segue alta: 70%. Em janeiro, porém, marcou 86%.

Gol contra A decisão de Bolsonaro de, em conversa com jornalistas, acenar com a redução da idade mínima para as mulheres de 62 para 60 anos pegou a equipe de Paulo Guedes no contrapé –e também a cúpula do Congresso.

Remando só Aliados do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), usaram o episódio para questionar seu empenho na aprovação das novas regras de aposentadoria. Disseram a ele que, se Bolsonaro, protegido pela vitória eleitoral, não está segurando a pressão de bancar uma proposta tão impopular, imagine os deputados.

Contenção de danos A equipe de Guedes trabalha para apresentar o projeto que mexe na aposentadoria dos militares antes de 20 de março, numa tentativa de destravar o debate da Previdência na Câmara.

Antes tarde Os partidos de esquerda planejam reunião após o Carnaval para tentar alinhar a atuação da oposição no debate da reforma.

Menor do que entrou Ao exigir que Sergio Moro (Justiça) desligasse a especialista Ilona Szabó do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, Bolsonaro submeteu o ministro a inédito constrangimento interno. Nem na pasta o episódio foi bem digerido.

Com o fígado Segundo aliados do presidente, ele demonstrou profunda irritação com a nomeação de Ilona –especialmente depois de ter passado o dia recebendo mensagens com cobranças de apoiadores. A especialista é defensora do desarmamento.

Menos duas O Conselho Nacional de Política Penitenciária perderá mais uma integrante. A promotora Monica Barroso, atacada ao lado de Ilona nas redes, pediu exoneração. Seu mandato iria até 2020. Ela já queria sair, mas antecipou a decisão para esta quinta (28).

Sem limite Ministros do STF manifestaram estupefação diante do pedido formulado por deputados do PSL de impeachment dos quatro magistrados que votaram pela criminalização da homofobia. Integrantes do Supremo disseram ver no episódio despreparo e banalização de medidas para coagir a corte.

Visitas à Folha Paulo Camargo, presidente do McDonald’s no Brasil, visitou a Folha nesta quinta (28), onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de José Luiz Schiavoni, presidente da Golin Brasil, e Patrícia Galindo, assessora de imprensa.

Yang Wanming, embaixador da China no Brasil, visitou a Folha nesta quinta (28). Estava acompanhado da Chen Peijie, cônsul-geral do país em São Paulo, Xiong Lichun, conselheiro e cônsul-geral da embaixada, Liu Xiyuan, chefe da sessão administrativa e segunda secretária, e Sun Pengyuan, segundo secretário.

TIROTEIO

Depois do teto, da reforma trabalhista e das terceirizações nos entregam um ‘pibinho’ de 1%. Isso é propaganda enganosa!

De Juliano Medeiros, presidente do PSOL, sobre o resultado do PIB de 2018, mesmo após diversas medidas tomadas por Michel Temer

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