Mães com estilo de vida não saudável têm maiores chances de filhos obesos
A maçã não cai muito longe da árvore, diz um ditado popular. Pelo menos no que se refere a hábitos saudáveis, isso parece ser verdade. Uma pesquisa publicada nesta quarta (4) na revista científica BMJ mostra que mães com estilo de vida que não é saudável têm maiores chances de que filhos desenvolvam obesidade.
Segundo o estudo, filhos de mulheres que levavam um estilo de vida saudável tinham um risco 75% menor de desenvolver obesidade, quando comparados aos filhos de mulheres que levavam uma vida mais insalubre.
Além disso, quando tanto a mãe quanto a criança ou adolescente levam um estilo de vida saudável a chance de obesidade diminui em 82%.
Os pesquisadores responsáveis pelo estudo verificaram o IMC, a qualidade da dieta, regularidade de exercícios e consumo de álcool e cigarro de 16.945 mulheres, fatores que juntos compunham o estilo de vida da pessoa.
Especificamente quanto à dieta, os cientistas se focaram no consumo de vegetais, frutas, nozes, grãos integrais, ácidos graxos poli-insaturados, ácidos graxos ômega 3 de cadeia longa, consumo de carnes vermelha e processadas, bebidas açucaradas, gorduras trans e sódio.
A partir disso, tentou-se buscar os possíveis impactos que o estilo de vida da mãe tinha sobre seus filhos —as 24.289 crianças e adolescentes na pesquisa.
A pesquisa afirma que isso reforça evidências recentes encontradas em outros estudos que relacionam obesidade a fatores ambientais. Os cientistas citam, por exemplo, análises que demonstram que o risco de obesidade nos filhos dobra quando as mães eram obesas na infância e adolescência do rebento.
Outras pesquisas também já demonstraram que o nível de atividade física das mães e suas dietas influenciam a busca de exercícios e as escolhas alimentares de seus filhos.
Por outro lado, a pesquisa não achou uma correlação direta entre os padrões de alimentação das mães e obesidade em seus filhos. Uma possível explicação para isso é que a alimentação das crianças não ocorre exclusivamente em casa e recebe influência do ambiente alimentar escolar e da vizinhança.
De acordo com os pesquisadores, uma das limitações do estudo é que as mulheres participantes tinham níveis socioeconômicos e educacionais relativamente homogêneos.