Microexplosão é possível causa de acidente aéreo no México
As autoridades dizem que ainda é muito cedo para dizer o que causou a queda do avião da Aeroméxico nesta terça-feira (31), mas espera-se que os investigadores analisem a possibilidade de que uma microexplosão tenha provocado o acidente.
Esse fenômeno climático consiste na formação de nuvens carregadas de ar, granizo e água, acompanhadas de ventos fortes que podem chegar a 120 km/h.
Embora raras, rajadas extremamente violentas e localizadas podem causar danos até nos aviões mais modernos, especialmente durante o pouso e a decolagem, quando as aeronaves estão mais vulneráveis a mudanças súbitas nas condições climáticas. Foi o caso do Embraer E190 da Aeroméxico, que havia acabado de decolar do aeroporto de Durango, no norte do México, com destino à Cidade do México.
As 103 pessoas a bordo sobreviveram. De acordo com as autoridades mexicanas, quase todas sofreram ferimentos —duas pessoas estão internadas em estado crítico, incluindo o piloto e uma criança.
O operador do aeroporto de Durango já havia atribuído a queda ao tempo ruim no momento da decolagem.
O diretor da agência de aviação civil do México, Luis Gerardo Fonseca, afirmou à imprensa mexicana que membros da sua equipe começaram a trabalhar no local do acidente por volta das 7h desta quarta-feira (1º), acompanhado de representantes da Administração Federal de Aviação (FAA) e do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB), ambos órgaos dos EUA.
Representantes da Embraer, fabricante do avião, e da General Electric, montadora dos motores, também prestam assistência no local.
De acordo com as normas internacionais, o México irá liderar a investigação com apoio do Brasil, onde o avião foi projetado e construído, e dos Estados Unidos, onde os motores foram fabricados.
Especialistas dizem que a maioria dos acidentes aéreos são causados por uma combinação de fatores humanos e técnicos. Pode levar meses para os investigadores juntarem todas as peças da complexa cadeia de eventos que leva a um acidente.
Mas, nesse caso da Aeroméxico, a investigação pode ser facilitada pelo fato de ser conhecida a localização dos destroços e das duas caixas-pretas do avião —uma usada para gravar as conversas no cockpit e outra para dados do voo.