Mortes: Fã de esportes, foi destaque como zagueiro do Renner

Nascido numa família numerosa, Aristheu Penalvo Filho —que ganhou o nome do pai por nascer no aniversário dele— viveu ao lado dos outros sete irmãos na pequena cidade de Itaqui (RS) até os 12 anos. Na época, ele seguiu para Uruguaiana (RS) com o objetivo de continuar os estudos. Lá ele foi apresentado não só às letras, à história e aos cálculos mais complexos, mas também aos esportes, que viraram sua grande paixão.

Não demorou muito para que passasse a compor o grupo de atletismo da escola, no qual praticava salto em distância e corrida. Foi então que começou a praticar o futebol e encontrou ali um esporte que o completava.

Deixou as demais atividades esportivas para se dedicar aos gramados. Daí veio o convite para jogar no Grêmio Esportivo Renner, que fez história no Rio Grande do Sul nos anos 1950. Aristheu foi zagueiro do time e conquistou vitórias importantes durante os cinco anos em que atuou pelo time. Chegou a enfrentar em campo o Sport Club Internacional.

Em 1959, quando resolveu aposentar as chuteiras e migrar para o serviço público por incentivo do pai, não deixou de lado a admiração pelo esporte. Colorado de carteirinha, tinha cadeira cativa no estádio, mas também assistia pela TV ou ouvia pelo rádio. 

De muitos amigos, era comum reunir-se regularmente com uma porção deles. Era o caso dos amigos do grupo de truco Pitoco, que ele ajudou a fundar. Durante anos, as noites de segunda-feira foram sagradas para o encontro dos amigos, que rendiam muitas risadas, causos e boa comida —sempre havia alguém responsável pelo jantar.

Tanto durante suas atividades como funcionário público, quanto no dia a dia, Aristheu prezava muito o respeito pelo próximo. "Ele era muito observador e não gostava de ser invasivo. Conseguia respeitar a opinião das pessoas, mesmo que divergentes das dele. Tinha um jeito especial de colocar o que pensava a respeito dos variados temas", diz a filha Claudia.

O ex-jogador do Renner morreu no dia 19 de janeiro, aos 89 anos, vítima de complicações de um linfoma. Deixa a mulher Reni, com quem foi casado por quase seis décadas, duas filhas, três netos e três bisnetas.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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