Mulher de britânico preso nos Emirados Árabes por espionagem critica falha do governo britânico
A mulher do acadêmico britânico condenado à prisão perpétua pelos Emirados Árabes Unidos sob acusação de espionagem criticou nesta quinta-feira (22) o governo britânico por colocar as relações diplomáticas com o país a frente da defesa da liberdade de seu marido.
Uma corte dos Emirados Árabes condenou nesta quarta (21) o aluno de doutorado Matthew Hedges, 31, por ser um espião do governo britânico. Segundo a família de Hedges, a sessão durou menos de cinco minutos e o advogado do britânico não estava presente.
Daniela Tejada disse que o Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido não deu a devida importância ao caso e falhou ao não intervir de maneira mais robusta ainda no começo do caso.
Estudante da Escola de Governo e Assuntos Internacionais da Universidade de Durham, Hedges está detido nos Emirados Árabes desde 5 de maio, quando foi preso no Aeroporto Internacional de Dubai após passar duas semanas no país realizando uma pesquisa acadêmica. Ele passou cinco meses na solitária até ser liberado sob fiança para aguardar o julgamento.
“Eu tive a impressão de que eles estavam botando seus interesses com os Emirados Árabes acima da liberdade e do bem-estar de um cidadão britânico", disse Daniela. "Eles estavam pisando em cascas de ovos em vez de tomar uma atitude firme."
O veredito, anunciado com base no testemunho de um árabe que denunciou Hedges por fazer perguntas sobre temas confidenciais, pegou o governo britânico de surpresa.
O secretário de Relações Exteriores, Jeremy Hunt, disse ter discutido o caso com o príncipe herdeiro Mohammed bin Zayed, durante uma visita ao país na semana passada, e que a condenação vai contra as garantias que recebeu. Ele deve se encontrar com a mulher de Hedges para discutir o caso.