Multinacional tem 2,3 vezes mais chances de obter benefício fiscal que demais empresas
A chance de uma multinacional obter incentivo fiscal é 2,3 maior que a de uma empresa nacional de mesmo setor e porte, aponta estudo do cientista político Danilo Limoeiro, pesquisador no Massachussets Institute of Technology.
“Companhias estrangeiras fazem investimentos produtivos no Brasil para ter acesso ao mercado doméstico, e elas têm força para conseguir benesses porque sempre podem ir para outro lugar se os custos dela mudarem.”
O principal tema da tese não é a diferença de tratamento recebido por empresas de diferentes nacionalidades, mas, sim, a forma como pressionam a administração pública para melhorar o ambiente de negócios.
Aquelas com poder de barganha —como as multinacionais— fazem isso de maneira individualizada.
“Elas podem procurar os estados para firmar protocolos de investimento com provisões para acelerar etapas da burocracia, como licenciamento ambiental.”
O conjunto de interessados em melhorias no campo institucional para as companhias fica enfraquecido.
A consequência é que o Brasil é mal colocado em rankings de facilidade para fazer negócios: no último relatório do Banco Mundial sobre o tema, o país ficou na 125ª posição.
“O ambiente é hostil porque a administração pública tem poder para aumentar ou diminuir os custos para uma empresa operar e usa isso como moeda de troca.”
Entidades setoriais têm dificuldades em negociar avanços institucionais porque elas mesmas são fragmentadas, segundo Limoeiro.
Para gás e carvão
A geradora e comercializadora de energia Eneva (ex-MPX) fará aportes de cerca de R$ 75 milhões no segundo semestre na manutenção de usinas.
A companhia deve gastar ainda ao menos R$ 80 milhões em campanhas exploratórias neste ano.
A empresa, que passou por uma reestruturação e reestreou na Bolsa em outubro, aumentou sua liquidez diária de R$ 200 mil para os atuais R$ 3,5 milhões, segundo o presidente, Pedro Zinner.
“Reorganizamos a dívida e reduzimos custo. Nosso foco agora voltou a ser crescimento. Nós compramos ativos de carvão em Pecém (CE) em abril e temos dois projetos inscritos no leilão de energia [marcado para 31 de agosto]”, diz ele.
Do plano de investimentos da empresa para este ano, de R$ 135 milhões, R$ 60 milhões foram desembolsados no primeiro semestre.
“Quase todo o recurso restante está comprometido. Temos uma campanha exploratória em andamento até o fim do ano e faremos mais dois ou três poços na bacia do Parnaíba [de gás, no Maranhão]”.
R$ 756,6 milhões
foi o faturamento no 2º trimestre
R$ 4,4 bilhões
é a dívida líquida
Casa de praia no Caribe
Corretores de imóveis do Brasil e de outros 19 países latino-americanos firmaram um acordo sobre como devem ser as transações internacionais de edifícios e terrenos.
Não há previsão de uma divisão fixa de honorários, segundo o brasileiro Luiz Fernando Barcellos, presidente da Cila (Confederação Imobiliária Latino-Americana).
Antes da transmissão de posse, os agentes dos dois países (o de origem do comprador e o daquele em que fica o imóvel) deverão chegar a um consenso sobre qual será a porcentagem de cada um do valor da corretagem.
Os EUA não fazem parte da Cila, mas são signatários do compromisso, diz Barcellos.
Quem não seguir as regras do documento não estará sujeito a multas, pois a entidade não tem poder para isso.
“O convênio estabelece um tribunal de ética que não vai punir os corretores, mas há a criação de uma lista suja com os nomes dos profissionais em desacordo com as normas.”
Entrada de capital
O Omnibanco adquiriu parte da fintech Beblue, que oferece devolver a usuários parte do valor gasto por eles em compras feitas em estabelecimentos físicos por meio de sua plataforma. O valor da transação não foi revelado.
O novo acionista oferecerá R$ 200 milhões de crédito aos negócios que adotem o aplicativo.
O aporte será desembolsado em seis meses a partir de setembro, e a taxa de juros inicial é de 1,79% ao mês.
“Ofertaremos capital de giro e antecipação de recebíveis à nossa base de 15 mil empresas”, diz o CEO, Daniel Abbud.
Franquias A rede de clínicas odontológicas Sorridents prevê inaugurar 44 lojas até o fim deste ano. Foram 11 até aqui em 2018. A empresa tem 250 unidades em operação atualmente.
Tiragem... O número de editoras ligadas a universidades que publicaram menos de 500 exemplares subiu de 48,8% em 2015 para 63,5% em 2018, segundo a Abeu (associação do setor).
...reduzida Além da redução do volume de unidades impressas, cerca de 7% publicaram livros em papel —há três anos, essa decisão não aparecia no levantamento. Foram ouvidas 85 editoras no país.
com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas