Nº de vítimas não confirmados | Ataque a tiros em mesquitas deixa mortos na Nova Zelândia

Um ataque a tiros em duas mesquitas na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia, deixou diversos mortos nesta sexta-feira (15, noite de quinta no Brasil), de acordo com autoridades locais.  

O comissário de polícia da Nova Zelândia, Mike Bush, afirmou que ocorreram “diversas mortes”, mas não confirmou o número de vítimas até o momento. 

Segundo ele, quatro pessoas — três homens e uma mulher— foram detidas por terem participado da ação, mas outros envolvidos ainda podem estar soltos.

Por isso, ele recomendou que a população da cidade permaneça em casa até que a situação esteja completamente controlada.  

“A polícia está respondendo com toda a sua capacidade para gerenciar a situação, mas o ambiente de risco continua extremamente alto”, afirmou.  

“Quero pedir a qualquer um que estivesse pensando em ir a uma mesquita em qualquer lugar da Nova Zelândia para não ir, para fechar suas portas até que recebam um novo aviso”, disse Bush.

Mike Bush informou que todas as escolas de Christchurch fecharam as portas e que toda a região central da cidade entrou em toque de recolher.

Testemunhas afirmaram que por volta das 13h40 local (21h40 de quinta no horário de Brasília) um homem branco vestido com trajes militares invadiu a mesquita Masjid Al Noor, no centro da cidade, e começou a atirar.

Pessoas que estavam no local afirmaram que tiveram que sair correndo para escapar dos ataques, muitos descalços —é costume tirar os sapatos dentro da mesquita .

As testemunhas descreveram ao jornal local New Zealand Herald um cenário com muito sangue e com diversos corpos.

O atirador teria percorrido todas as salas do local, disparando contra os frequentadores, que tentavam fugir.  Mais de 200 pessoas estavam no local no momento que os tiros começaram, incluindo um time de críquete de Bangladesh, que conseguiu escapar.     

Depois houve registros de tiros em uma segunda mesquita, que não teve o nome divulgado. A polícia não descartou a hipótese de que outros locais também tenham sido alvo de ataques.

Segundo o jornal The New York Times, um dos atiradores seria de origem australiana. Em um manifesto online divulgado pelo Twitter, ele elencou nomes de líderes racistas americanos como seus heróis, descreveu o ataque como um ato terrorista e disse que transmitiria a ação pela internet.

A polícia neozelandesa confirmou que o atirador filmou sua ação e a divulgou nas redes sociais.

O vídeo postado no YouTube mostra uma pessoa carregando um fuzil em um carro. Em determinado momento, ele chega até uma mesquita, entra no local e começa a disparar contra os frequentadores.  

As autoridades neozelandesas criticaram a divulgação das imagens e anunciaram que tomariam providências para tirar as imagens do ar.

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, afirmou que o episódio é um dos mais tristes da história do país.

“Este é um dos dias mais sombrios da Nova Zelândia. Claramente o que aconteceu aqui é um ato impressionante e sem precedentes de violência”, afirmou ela em entrevista coletiva.

Ela não quis comentar se a ação poderia ser considerada um crime de ódio.

 

 

Segundo a primeira-ministra, “muitas das pessoas diretamente afetadas pelo ataque  podem ser imigrantes, podem ser refugiados, eles escolheram fazer da Nova Zelândia sua casa”.

A cidade de Christchurch é a terceira maior do país, com uma população de 404 mil habitantes e fica 200 km ao sul da capital, Wellington.

Casos semelhantes são pouco comuns no país. O último massacre a tiros que se tem registro na Nova Zelândia aconteceu em 1990, quando 13 pessoas foram mortas por um atirador.

Mesquitas se tornaram alvo de ataques em diversos países recentemente. Em junho de 2017, um homem foi morto e dez ficaram feridos quando uma van avançou sobre um grupo que estava em uma mesquita no norte de Londres. 

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