Na Argentina, técnico credita boa fase de time a camisa do Real Madrid

Superstição. Quem não tem pelo menos uma? E quem não conhece várias, difundidas e praticadas desde tempos longínquos?

Para evitar o azar, jamais passe por baixo de uma escada. Parece besteira, mas tem muita gente que cumpre à risca a recomendação.

Quebrar espelho… são sete anos de azar, certo? (Então evite a todo custo!, assim como cruzar com um gato preto.)

Há quem, ao acordar depois de uma noite de sono, sempre coloque primeiro o pé direito do chão. Desse modo, pregam as boas línguas, terá sorte durante o dia.

Falando em pé direito, e passando para o futebol, tem jogador que, ao pisar no campo antes das partidas, cuida para que o direito seja o primeira a tocar a grama.

E há os que, influenciados pela religião, nunca se esquecem de fazer o sinal da cruz. Mais que superstição, é proteção, e divina.

Teve até jogador que mexeu no cabelo antes de final de Copa do Mundo, com corte de gosto duvidoso, à la Cascão, não é, Ronaldo Fenômeno?

Os treinadores, por seu lado, também têm suas manias. Vestir a mesma peça de roupa é certamente a mais frequente.

Cuca, que em algumas semanas assumirá o São Paulo, celebrizou-se por, no título do Brasileiro conquistado em 2016 pelo Palmeiras, time que comandava, usar sempre a mesma calça cor de vinho.

O patriota Zagallo, campeão mundial como jogador (duas vezes), treinador (uma) e coordenador técnico (uma), venerava o número 13, tanto que buscava formar frases (como “Brasil campeão”) com exatamente 13 letras.

Muitos outros treinadores e ex-treinadores tiveram (ou ainda têm) suas manias e crenças, das mais variadas, sendo brasileiros (Antônio Lopes, Luiz Felipe Scolari, Vanderlei Luxemburgo) ou estrangeiros (Mauricio Pochettino, Carlos Bilardo e César Luis Menotti, argentinos, Fernando Santos e Paulo Fonseca, portugueses, Jorge Luis Pinto, colombiano).

E não precisa ser famoso nem dirigir um grande time de uma liga badalada ou uma seleção de ponta para apostar na superstição como caminho para o sucesso.

Dos rincões da Argentina vem o exemplo mais recente, em história relatada pelo site Interior Futbolero.

Equipe de pretensões modestas, o Barrio Argentino de Chamical, da Província de La Rioja, faz uma temporada acima do imaginado por direção, comissão técnica, jogadores e concorrentes.

Integrante do Grupo 5 da quarta divisão do país, que é regionalizada e disputada por dezenas de agremiações, o Barrio Argentino, passadas cinco rodadas, soma três vitórias, um empate e uma única derrota.

Encerrado o primeiro turno, ocupa uma honrosa segunda posição, entre seis times, figurando na zona de classificação para a próxima fase.

O bom futebol teria uma explicação que extrapola a capacidade física, técnica e tática do elenco: o técnico Marcelo Luján assiste às partidas vestindo uma camisa do poderoso Real Madrid, o maior vencedor do Campeonato Espanhol (33 vezes) e da Liga dos Campeões da Europa (13 vezes).

El insólito caso del DT de Barrio Argentino que dirige con la camiseta del Real Madrid. El Regional Amateur, el torneo en el que todo es posible pic.twitter.com/HATObgCrNv

— Interior Futbolero (@InteriorFut) 28 de fevereiro de 2019

“É uma espécie de mística”, declarou ele, fã da equipe madrilenha e do francês Zinédine Zidane, que comandou o Real de janeiro de 2016 a maio de 2108. “Até agora vem dando sorte.”

Luján não usa a tradicional camisa branca, a principal do time merengue, mas a azul-escura, que compõe o uniforme número dois.

“Tentamos jogar como eles”, diz o treinador, que almeja implementar no Barrio Argentino um futebol de estilo similar ao do Real.

“Mas nem sempre dá certo”, conclui, reconhecendo que lhe falta de pé de obra qualificado – não tem à disposição Modrics, Casemiros, Benzemas, Bales ou outros do mesmo quilate.

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