Na Dinamarca, Brasil tem pior desempenho na história em Mundial de vela
Esporte que mais medalhas de ouro trouxe para o Brasil na história dos Jogos Olímpicos, a vela passou em branco no Campeonato Mundial, encerrado neste domingo (12), em Aarchus, na Dinamarca. É a quinta edição da história da competição e a primeira em que o país acaba sem ir ao pódio.
O torneio foi o primeiro pré-olímpico e distribuiu 101 vagas. O Brasil conquistou três. Na 49erFX, Nacra 17 e na Laser, com João Pedro Souto. As outras sete categorias terão mais duas chances de conseguir a vaga, nos Mundiais de 2019 e em eventos continentais.
As campeãs olímpicas, Martine Grael e Kahena Kunze, ficaram em quarto na classe 49erFX e também conquistaram vaga. Samuel Albrecht e Gabriela Nicolino, que ficaram em quinto na Nacra 17 também estarão nos Jogos.
Vinte e quatro atletas do país foram ao Mundial, mas só dez tiveram apoio integral da Confederação Brasileira de Vela (CBVela), com estadia, passagem e técnicos pagos.
Os demais contaram com ajuda na logística do transporte dos barcos e no pagamento das inscrições.
“Agora temos menos recursos que nos últimos anos, então usamos a meritocracia para apoiar os atletas. É justo que aqueles com melhores resultados tenham apoio mais amplo”, afirma Torben Grael, medalhista olímpico e coordenador da confederação.
O Mundial que reúne todas as classes olímpicas é quadrienal. Nos outros anos, cada classe tem seu torneio internacional separado, em lugares e datas diferentes uma das outras.
“Ficamos na beirinha em duas classes. Foi um Mundial sem ventos constantes. A condição acabou sendo muito complicada. Vamos ver se a gente consegue desenvolver um pouco no ano que vem para chegar em Tóquio mais forte”, afirma Grael.
Samuel e Gabriela se juntaram há apenas cinco semanas e, mesmo com pouco tempo de treino, brigaram por uma medalha até o final. Ficaram em quinto na Nacra 17. A última regata, prevista para o domingo, foi cancelada devido à falta de ventos e minou a chance de pódio.
Campeãs olímpicas, Martine Grael e Kahena Kunze passaram um ano sem treinar juntas. A dupla ficou com a quarta colocação na Dinamarca e garantiu vaga em Tóquio-2020.
“Sabia que ia ser difícil. Eu fiquei um ano sem pisar no barco, então estou feliz agora. O objetivo era classificar o país para a Olimpíada, e conseguimos”, afirmou Kahena
Jorge Zarif, líder do ranking da classe Finn, não conseguiu a vaga nos Jogos de Tóquio. O atleta não passou de um 18º lugar na Dinamarca. Foi a primeira competição em que foi treinado pelo bicampeão olímpico Robert Scheidt.
“Normalmente essa relação de técnico e atleta demora um pouco para evoluir, ainda estamos nos conhecendo. Acho que as pequenas mudanças que temos em mente levam um tempo para serem introduzidas, isso é normal”, afirmou Scheidt.