Na véspera de protesto contra apagões, Venezuela fica novamente no escuro
Caracas e outras grandes cidades da Venezuela sofreram um novo apagão, no momento em que o país se recuperava de mais um corte de energia que o paralisou durante quatro dias.
A queda ocorreu às 19h10 local (20h10 de Brasília), deixando às escuras a capital e cidades como Maracaibo, Valencia, Maracay e San Cristóbal, informaram usuários nas redes sociais.
É o terceiro blecaute a atingir o país em março. A estatal Corporação Elétrica Nacional (Corpoelec) não informou as causas ou o alcance do novo apagão, que ocorre no momento em que a Cruz Vermelha é autorizada a por Nicolás Maduro a levar ajuda humanitária ao país.
Desde 7 de março, repetidos cortes de energia têm afetado a Venezuela, prejudicando o fornecimento de água, o transporte público, os serviços de telefonia e internet, e paralisando as transações eletrônicas, fundamentais em um país onde a inflação é galopante.
O governo de Nicolás Maduro afirma que os apagões são provocados por "ataques" contra a hidroelétrica de Guri, que gera 80% da energia consumida no país, patrocinados por Estados Unidos e a oposição.
O presidente interino autodeclarado, Juan Guaidó, liderará neste sábado (30) um protesto nacional contra apagões. “Não é hora de se acostumar com isso, é hora de exigir nossos direitos", disse.
No apagão do dia 27 de março, Maduro anunciou a suspensão das aulas. Diversas empresas também ficaram fechadas. Moradores de Valencia começaram a cortar lenha para cozinhar antes que a comida estragasse.
Os apagões são habituais na Venezuela há uma década e especialistas apontam como consequência a falta de investimentos em infraestrutura e a corrupção.