O feriadão dos ministros em Nova York

“O fosso entre nós e eles só se alarga”, comentou um juiz de primeira instância ao ler reportagem da revista Crusoé sobre a viagem de ministros do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça que passaram quatro dias em Nova York, no feriado de Finados, convidados para um seminário.

Sob o título “Halloween supremo”, o jornalista Chico Felitti anuncia o texto: “Hotel de luxo, charutos, carro do Itamaraty, jantar em mansão, vinhos e compras, muitas compras: Crusoé acompanhou o animado feriadão de ministros de tribunais superiores brasileiros em Nova York”.

Gilmar Mendes, Dias Toffoli, do STF, João Otávio de Noronha, Ricardo Villas Bôas Cueva, Luis Felipe Salomão e Mauro Campbell Marques, do STJ, viajaram a convite para um seminário organizado pela Fundação Getúlio Vargas e pela Universidade de Colúmbia, com apoio do jornal Financial Times, da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos e da CLS Brasil, uma associação de brasileiros que estudam ou estudaram naquela universidade.

Ficaram hospedados no Plaza Athénée e tiveram à disposição um carro oficial do Consulado do Brasil em Nova York. Cada ministro levou um acompanhante ou dois –eram familiares ou assessores.

Participaram do evento o advogado Marcus Vinícius Furtado Coelho, ex-presidente da Ordem dos Advogados e “amigo do peito de ministros de tribunais superiores”, segundo Crusoé. O tributarista Arnoldo Wald foi citado como o anfitrião de um jantar oferecido à comitiva brasileira.

Esses eventos são definidos na reportagem como um “plus” para magistrados, familiares e assessores. “Algo que não é salário, mas vem embutido com alguns cargos relevantes na estrutura das cortes”, afirma Felitti.

“Não pense que a magistratura inteira é isso. Pelo contrário. Trabalhamos muito e o reconhecimento só diminui”, disse o juiz de primeiro grau que comentou a reportagem da Crusoé.

 

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