Olimpíada de Matemática promove justiça social
Rodrigo Gonçalves do Nascimento, 19, de Capela do Alto (SP), é hexacampeão da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) e um dos 999 alunos beneficiários do Bolsa Família que já ganharam medalhas na competição.
Um interessante levantamento do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) constatou que 2.717 alunos premiados pela Obmep nos últimos sete anos são de famílias de baixa renda, inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal. Só os beneficiários do Bolsa Família já conquistaram 1.288 medalhas.
Mais impressionantes ainda são os testemunhos desses meninos e meninas, o relato emocionante de suas lutas e conquistas e do que a Obmep representa em suas vidas e de suas famílias.
Agora, essas histórias estão contadas na publicação "Talentos Escondidos: os Beneficiários do Bolsa Família Medalhistas das Olimpíadas de Matemática", da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do MDS, lançada no fim de junho.
A Obmep é a maior competição escolar do mundo, realizada pelo Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada) desde 2005 com a colaboração da Sociedade Brasileira de Matemática e apoio do MEC e do MCTIC. Em 2018, estão inscritos 18,2 milhões de alunos, do 6º ano ao final do ensino médio, de praticamente todas as cidades do país. Desde 2017, participam as escolas particulares.
Os ideólogos de plantão se apressaram em ser contra a Olimpíada no início, alegando supostos malefícios da "competitividade" e da "meritocracia" na escola. Não entenderam nada.
A Obmep já provou sua eficácia na descoberta de talentos e no incentivo ao aprendizado. Agora o estudo do MDS e a história de Rodrigo e de outros jovens comprovam que a Olimpíada é também poderoso instrumento de justiça social.
O talento está distribuído de modo igualitário em todas as regiões e grupos sociais, mas as oportunidades, não. A Obmep ajuda a corrigir essa distorção, abrindo portas onde de outra forma não existiriam.