'Oposição venezuelana é pacífica e não estaria por trás' de ataque, diz Aloysio
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, disse à Folha na manhã desta terça-feira (7), em Bogotá, que teme o “recrudescimento da repressão a opositores na Venezuela” após o suposto atentado contra o ditador Nicolás Maduro, no último sábado (4).
“Nós sabemos que a oposição venezuelana é pacífica e não estaria por trás de algo assim”, afirmou.
Aloysio, que se reuniu com a nova vice-presidente da Colômbia, Marta Lucía Ramírez, disse que há uma preocupação conjunta dos dois países com relação a um possível aumento da repressão aos opositores, em especial contra María Corina Machado, que vem sofrendo uma maior perseguição nos últimos tempos.
O chanceler brasileiro também achou “descabido” que, apenas horas depois do ataque “e sem investigação nenhuma, a Venezuela já apontasse a Colômbia como culpada”. Isso, segundo o ministro, leva a uma preocupação com relação a um possível aumento de hostilidades entre os dois países.
Aloysio está na capital colombiana para assistir à posse do novo presidente do país, Iván Duque, em representação do governo brasileiro. Na noite de segunda-feira (6), participou do jantar de despedida de Juan Manuel Santos.
Contou que Santos se mostrou “muito simpático e caloroso, além de feliz pois há um consenso de que o país foi bem durante sua gestão, além da paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), também impulsou o crescimento econômico e fez muito pela inclusão social”, disse Aloysio.
Quanto às negociações com o ELN (Exército de Libertação Nacional), das quais o Brasil é um país-garante, Aloysio disse que o governo brasileiro continuará à disposição, apesar de as conversas, após seis rodadas, estarem praticamente na estaca zero.