Para cumprir promessa, Messi comanda o Barcelona em Liverpool
Lionel Messi se atirou no chão, tamanho era o desespero. Ousmane Dembélé havia perdido chance fácil. Seria o quarto gol do Barcelona sobre o Liverpool. A partida terminou 3 a 0.
O que chamou a atenção foi a reação do argentino, nunca marcado por reações emocionais como aquela. Mais ainda em jogo que já havia feito dois gols, um deles em cobrança de falta magistral. Mas Messi parece estar em uma missão nesta temporada: recolocar o Barcelona no topo do futebol europeu após três títulos consecutivos do Real Madrid.
Em agosto do ano passado, no início da temporada, ele tinha prometido fazer tudo para que a equipe voltasse a vencer a Champions League depois de quatro anos.
Nesta terça (7), às 16h, o Barcelona visita o Liverpool na partida de volta das semifinais (transmissão pela TNT). Pode perder por até dois gols de diferença. Se os espanhóis marcarem uma vez, os ingleses terão de obter vantagem de quatro.
A outra semifinal será disputada por Ajax (HOL) e Tottenham Hotspur (ING). No primeiro jogo, os holandeses venceram por 1 a 0.
A partir do início do mata-mata, Lionel Messi fez 6 dos 12 gols anotados pelo Barcelona. E não é difícil constatar que ele conseguiu isso sem mostrar todo seu futebol. Como aconteceu nos jogos no Camp Nou contra Manchester United (dois) e Liverpool.
Com 48 marcados na temporada, também não deve ter escapado a Messi a constatação de que se sua equipe vencer o título europeu, sua chance de voltar a ser eleito o melhor do mundo aumenta.
Ele não é escolhido para o prêmio desde 2015. Também foi a temporada em que o Barcelona levantou a Champions League.
Desde então, o prêmio e o torneio foram dominados por Real Madrid. O maior rival do clube catalão conquistou o título europeu nos últimos três anos e teve um de seus jogadores eleito melhor do planeta em cada um deles.
Duas vezes foi Cristiano Ronaldo, que chegou às cinco vitórias e se igualou a Messi. Em 2018 foi Luka Modric e o argentino pela primeira vez desde 2006 não ficou entre os três finalistas.
O Barcelona pode manter vivo também o domínio espanhol no torneio. O Bayern de Munique (ALE), em 2013, foi o último time de outro país a ser campeão.
A votação aconteceu meses depois da campanha da Argentina na Copa do Mundo da Rússia. Apático e sem conseguir se destacar em um ambiente caótico, ele anotou apenas um gol no torneio e a seleção caiu nas oitavas de final.
É também a primeira temporada do camisa 10 argentino como capitão do Barcelona. Ele herdou a braçadeira no ano passado, após a saída do meia Andrés Iniesta para o Vissel Kobe, do Japão.
“Ele é o deus do futebol. Marca a diferença. Claro que Barcelona tem uma boa equipe, jogadores fenomenais, mas esse jogador [Messi] é absolutamente incrível”, elogiou na semana passada José Mourinho, um dos técnicos que mais sofreram por enfrentar o Barcelona com seu camisa 10 em campo.
Não é a primeira vez que o atacante faz uma promessa de títulos. Em 2014, quase deu certo.
Meses antes da Copa do Mundo no Brasil, visitou o Café Vip, restaurante que pertence à sua família em Rosário (298 km de Buenos Aires). Fez a assinatura em uma figurinha com a taça do Mundial para um torcedor e ainda escreveu: “prometo traerla” (prometo trazê-la).
A Argentina foi até a final, mas acabou derrotada pela Alemanha.