Parlamento sueco rejeita novo premiê dois meses após eleição e mantém impasse
Mais de dois meses após as eleições legislativas, o Parlamento sueco derrotou nesta quarta-feira (14) uma proposta de coalizão feita por partidos de centro-direita, mantendo o país em um limbo político.
Foi a primeira vez na história do país que a indicação de um novo premiê foi rejeitada pelos deputados —foram 154 votos a favor e 195 contrários.
Apesar do impasse, ainda não há previsão de novas eleições, uma vez que o Parlamento deve votar em ao menos quatro propostas de novo governo antes de convocar um novo pleito.
A coalizão, idealizada pelo presidente do Parlamento, Andreas Norlen, incluía dois partidos de centro-direita: o Moderados (segundo força na casa, com 70 cadeiras) e o Cristão Democrata (22 vagas).
A proposta era que o líder dos Moderados, Ulf Kristersson, se tornasse o novo premiê, mas como a coalizão era minoritária, precisava do apoio de outros grupos, em especial, da sigla de direita nacionalista Democratas da Suécia, que conta com 62 deputados e votou a favor de Kristersson.
Iss, porém, levou os outros partidos de centro-direita a rejeitaram o acordo, por temerem a influência dos nacionalistas no novo governo. Na prática a votação fez rachar a antiga coalizão de centro-direita —chamada de Aliança—, que unia os Moderados e os Cristãos Democratas aos Liberais e ao Centro.
Na eleição de 9 de setembro, a Aliança conquistou 143 cadeiras, uma a menos do que o bloco de centro-esquerda liderado pelos Sociais-Democratas do premiê Stefan Lofven. A balança, assim, ficou com os Democratas da Suécia, com discurso anti-imigrante, que seguem sendo rejeitados pela maioria dos deputados.
Embora tenha recebido um voto de desconfiança do Parlamento após as eleições, Lofven segue no cargo de maneira interina até que um novo primeiro-ministro seja aprovado.
Agora ou ele ou a líder do Centro, Annise Loof, devem ser convidados para tentar formar um novo governo.