Perto de recorde, atacante do Palmeiras sub-17 é comparado a Gabriel Jesus
O atacante Fabrício Nascimento, 17, já vê surgirem comparações entre o seu futebol e o do ex-palmeirense Gabriel Jesus, do Manchester City. Não é por acaso.
Atuando pelo Palmeiras, ele já fez 33 gols em 21 jogos do Paulista sub-17 e está a 4 de bater o recorde estabelecido em 2014 pelo centroavante titular da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia.
“Temos praticamente as mesmas características. Força, velocidade, além de boa finalização. Assim como o Gabriel Jesus, comecei jogando como atacante pelo lado, mas fui para a função de centroavante e estou gostando muito”, afirma o jogador, que pode dar mais um passo para bater o recorde no próximo sábado (10), quando o clube enfrenta o Novorizontino, às 11h, pela segunda partida da semifinal.
Como venceu o primeiro jogo por 2 a 1, realizado há uma semana, em Novo Horizonte, o clube precisa de um empate para avançar à final. A outra semifinal do torneio será entre Corinthians e São Paulo.
A quebra do recorde porém, não é o objetivo principal de Fabrício na competição.
“O Gabriel Jesus é um ídolo e espelho para todos os jogadores da base do Palmeiras. Não esperava chegar perto dessa marca, mas meu primeiro objetivo é ajudar o clube ser campeão paulista”, diz.
“Quero ajudar meus companheiros da melhor forma possível, seja fazendo gols ou dando assistência. Acredito que os gols vão surgir naturalmente”, afirma Fabrício.
O discurso é alinhado com as orientações passadas por Artur Itiro, treinador da equipe sub-17. Ele acredita que Fabrício poderia ter feito ainda mais gols na temporada.
“Falei para ele que os objetivos individuais têm que ser consequência de um bom desempenho coletivo, e ele assimilou isso muito bem. Tanto é que tem bolas que poderia ter feito o gol, mas deu assistências porque entendeu que era melhor”, conta.
O treinador, porém, é comedido nas comparações. Ele diz que seu atual camisa 9 tem muita intensidade e comprometimento, assim como Gabriel Jesus, mas que tecnicamente os dois são diferentes.
“Não devemos comparar um jogador com o outro. O Gabriel já é um jogador consolidado, atacante da seleção brasileira, enquanto o Fabrício tem um longo caminho para percorrer. Ele é um definidor, enquanto o Gabriel buscava a bola em um ponto anterior do campo, apesar de na seleção ele ser centroavante efetivamente”, diz o técnico, que está no clube desde 2013.
A fama de goleador de Fabrício, que chegou ao Palmeiras em 2014, vem desde a temporada passada, quando o clube foi vice-campeão paulista sub-17 —perdeu a final para a Ponte Preta. Na oportunidade, marcou 20 gols em 27 jogos.
Natural de Ibotirama (BA), cidade localizada a 660 km de Salvador, o camisa 9 da categoria sub-17 foi descoberto quando jogava pela escolinha CFA Braunão, em Bom Jesus da Lapa (BA). Ele foi avaliado pelo clube alviverde por duas semanas até ser aprovado.
“Mudou completamente minha vida após eu ser aprovado. Meu sonho era chegar em um time grande, como o Palmeiras. Minha família ficou muito feliz quando soube que viria para São Paulo jogar no Palmeiras. Somos simples, humildes. Procuro ajudá-los quando é necessário. A família é a base de tudo”, diz o jogador, que mora no alojamento do clube, na Barra Funda.