Peru prevê que número de refugiados venezuelanos chegue a 500 mil
O Peru estima que 100 mil venezuelanos entrarão por suas fronteiras nas próximas semanas, o que aumentará para meio milhão o total de pessoas que terão chegado ao país fugindo do regime de Nicolás Maduro.
“Em agosto já são 400 mil; seguindo este ritmo poderíamos chegar nos primeiros dias de novembro a 500 mil venezuelanos”, disse a jornalistas o superintendente de Migrações, Eduardo Sevilla.
Em 2016, 6.615 venezuelanos residiam no Peru, segundo dados oficiais.
O fluxo de refugiados mantém o seu ritmo diário de 3.000 por dia, assinalou nesta quinta (23) a Superintendência Nacional de Migrações. A partir de 0h deste sábado, porém, só poderão cruzar a fronteira com o Equador venezuelanos com passaporte.
O passaporte pode estar vencido, disse a jornalistas o chanceler, Néstor Popolizio, e Lima outorgará vistos humanitários em casos excepcionais. Nesta sexta (24), o Equador suspendeu a exigência, mas Lima até o momento a manteve.
Sevilla e o ministro do Interior, Mauro Medina, foram quinta-feira à fronteira, onde centenas de venezuelanos formavam filas na alfândega para registrar sua entrada.
Ao longo do ano, entraram cerca de 300 mil venezuelanos no Peru, refletindo a onda de migrantes que fogem de uma crise crescente.
No posto binacional de Tumbes, equipes de alfândega, migração e polícia peruanas são apoiadas pela Cruz Vermelha e pelas agências da ONU. “Ninguém fala em fechar as fronteiras, o que é proposto é um melhor controle migratório por razões de ordem e segurança. Cerca de 80% dos venezuelanos que entram no país o fazem com um passaporte”, alega Medina.
O ministro do Interior afirma que pessoas com mandados de prisão “serão colocadas à disposição da Justiça”.
Mas ele não especificou se isso significa que serão devolvidos à Venezuela, embora o chanceler Néstor Popolizio tenha dito antes que o Peru não deportará venezuelanos. O Peru anunciou há uma semana que exigirá passaporte aos venezuelanos após detectar entradas com identidade falsa.